Miguel Costa Gomes, presidente da Câmara, foi peremptório ao considerar o Albergue de peregrinos, que abriu no passado domingo, em Tamel S. Pedro Fins, uma magnificência para o edifício em questão. "É uma obra luxuosa demais. Os soalhos em madeira ou estofos em pele são exemplos de um mau investimento dos dinheiros públicos. O peregrino precisa essencialmente de conforto". Afinal 120 mil euros para a aquisição dos terrenos mais 300 mil euros para a reconstrução da Casa da Recoleta "são números bastante elevados. Foram apostas do executivo anterior, que eu não concordo mas que devem ser respeitadas". Todavia, Costa Gomes considerou uma obra importante, um acto de cidadania e de solidariedade, que já devia ter sido feita há mais tempo. Ideias que foram vincadas e reforçadas ainda por Filipe Silva, presidente da Junta. "Este albergue será importante para o concelho e também para Portugal e para o mundo. Fica localizado num local estratégico (entre o albergue de Macieira de Rates e o de Ponte de Lima) e por isso levará Barcelos para os melhores guias turísticos impressos", afirmou. A estrutura tem capacidade para 35 pessoas e dispõe de "uma sala recepção, cozinha, despensa, sanitários, corredor e quatro quartos, um deles adaptado a pessoas com mobilidade condicionada", assinalou o arquitecto Victor Torres, que teve que fazer uma reconstrução total ao edifício, adquirido em 2007. Para assinalar a data de inauguração que coincidiu com o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, o Caminho de Santiago foi percorrido desde Barcelinhos até Tamel e depois houve uma palestra no auditório da Junta subordinada ao tema "Turismo Cultural e o Desenvolvimento das Regiões", destacada pelo professor Eduardo Gonçalves. Naquele mesmo dia as instalações foram estreadas por 8 peregrinos oriundos da Áustria, Polónia, Canadá, Alemanha e Espanha. A "Banda do Galo" foi a responsável por animar o número elevado de público presente.