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"O génio da Língua Portuguesa exprime-se mais na poesia"

Manuel Pina, vencedor do Prémio Camões 2011, na ESAF

Manuel Pina esteve em Barcelos para falar do génio da língua portuguesa.

Começou a carreira literária em 1973, com o livro infanto-juvenil "O país das pessoas de pernas para o ar" mas os seus escritos há muito que são conhecidos do grande público. Manuel António Pina foi jornalista do Jornal de Notícias durante cerca de 30 anos, venceu vários prémios de literatura mas só recentemente o seu nome catapultou para as primeiras páginas dos jornais ao ser galardoado com o Prémio Camões 2011, ele que, ultimamente, tem revelado o seu talento como cronista na discreta última página do JN. E foi também de forma discreta que Pina se apresentou, na passada quinta-feira, à comunidade escolar da ESAF. Inicialmente de poucas palavras, mas a revelar, prontamente, um refinado sentido de humor, o escritor quis, desde cedo, envolver a plateia, evitando, assim, uma espécie de monólogo aborrecido de um qualquer catedrático das letras: "A primeira pergunta é sempre a mais difícil… podem começar logo pela segunda, ou então pelas respostas. Comecem vocês a responder". E as perguntas não tardaram. Ao desafio lançado pelo bibliotecário municipal, Victor Pinho, sobre qual o estilo literário que mais pontifica nos autores portugueses, Pina lembrou vários autores, da prosa à poesia, entre eles Saramago – de quem disse "não gostar muito" – para dizer: "O génio da Língua Portuguesa exprime-se mais na poesia do que na ficção. Por cada romancista, temos 20 ou 30 bons poetas. E grandes romancistas não sei se temos… Camilo, Eça, Lobo Antunes… Já Pessoa, por exemplo não é um escritor. Sozinho, é uma literatura…". Surpreendido com a sua própria escrita, depois de alunos da ESAF presentearam o autor com encenações de dezenas de textos seus, Pina acabou até por dizer que está a pensar rever a sua antologia: ""Estava a ouvir os poemas e a pensar: fui eu que escrevi isto? Estava a gostar…".

"Quando ouço falar que o FMI nos emprestou 78 mil milhões, a razão patina"

O escritor falou de vários assuntos, entre eles a física que, segundo o próprio, quando num patamar elevado é difícil de lá chegar e a razão começa "a patinar". Tal como, acrescentou, quando se fala que o "FMI nos emprestou 78 mil milhões de euros, a razão, aí, também patina".

Cultura

Barcelos Popular
Texto
16 de Jun de 2011 0

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