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Dia das Sete Senhoras - Tradição cumpriu-se

Festas e romarias

Festas e peregrinações em Pereira, Lijó, Pousa, Balugães, Minhotães, Durrães, Ucha, Alheira, Feitos, Martim, Galegos Santa Maria, Gilmonde, Moure e Bastuço Sto. Estêvão.

PEREIRA

Fé levou multidão à Franqueira

Todos os anos, a fé, a devoção e a religiosidade levam milhares de populares oriundos dos mais diversos pontos, não só do concelho, mas também de outras paragens, a integrarem, na manhã de domingo, a peregrinação da Senhora da Franqueira e este ano não foi excepção. Trata-se de uma das peregrinações mais importantes do concelho, contando com inúmeros fiéis que aproveitam o mês de Agosto para prestarem homenagem à santa da sua devoção.

Uma multidão partiu da Igreja Matriz de Barcelos, depois das 8h, em direcção ao Monte da Franqueira. "É a fé que nos move" comentavam alguns crentes que iam integrando a peregrinação, referindo ainda que "em tempo de crise temos que acreditar em algo e a fé é uma forma de esquecer as dificuldades da vida, acreditando que dias melhores virão". Todos tinham o mesmo objectivo, seguir em direcção à Franqueira homenageando a santa, cumprindo promessas, bem como a tradição de fazer piquenique, nas imediações do santuário.

Tapete em Barcelinhos

O domingo começou bem cedo para todos aqueles que quiseram participar na peregrinação. Em Barcelinhos, os devotos puderam apreciar a beleza do tapete habilmente decorado e que "ansiava" pela passagem do andor da senhora da Franqueira. Mas nem todos integraram a peregrinação no mesmo local, pois são diversos os pontos de encontro. Alguns preferem acompanhar a santa desde a Igreja Matriz, mas há quem se junte ao longo do percurso. O toque da sirene dos Bombeiros de Barcelinhos, aliado a muitos cânticos e orações, fez com que muitos ficassem emocionados, mostrando de forma clara e evidente que a fé ainda continua a "mover montanhas", pois com mais ou menos dificuldades pessoas de todas as gerações fizeram das fraquezas forças para conseguirem chegar com êxito.

Sónia Mendes

LIJÓ Sra. da Abadia

Chuva afastou muita gente

Estava tudo preparado, mas S. Pedro deu poucas tréguas à padroeira de Lijó e o céu limpo não durou sequer uma hora. Apesar do atraso, devido a problemas técnicos causados pela chuva e pelo vento, a cantora Flor deu o seu melhor e procurou interagir com o público. A música foi apelativa e as "vistas regaladas", permitindo que o público se mantivesse firme e até desse um pezinho de dança no palco. S. Pedro ficou com ciúmes e voltou a dar de si, obrigando a que o concerto tivesse que ser encurtado. Mesmo assim, é de aplaudir a persistência de alguns resistentes que, mais prevenidos, levaram também o chapéu-de-chuva à festa.. Serenado o temporal, foi altura para o fogo-de-artifício. A festa da padroeira costumava atrair centenas de pessoas, mas este ano, por causa do mau tempo, até sobraram espaços para estacionar os carros.

Quando se fala na comissão de festas da Senhora da Abadia, fala-se em homens que não tiveram medo de arregaçar as mangas e abraçar a organização do evento pelo segundo ano consecutivo, quando viram que a maioria da comissão eleita no ano passado, desistiu. António Senra Ferreira, António Linhares e Pedro Sousa foram os repetentes aos quais se juntaram mais quatro. Os sete não deixaram morrer uma tradição antiga, andaram de porta-em-porta e usaram da imaginação para organizar iniciativas e juntar os cerca de 25 mil euros necessários para a festividade. "Vamos deixar cair esta festa? Claro que não", frisou António Senra Ferreira. Tal como o ano passado, os fiéis voltaram a dar uma importante ajuda, suportando o custo de 11 dos 12 andores que saíram à rua. E porque a tradição é para se manter, António Ferreira fez questão de dizer que "as coisas estão bem encaminhadas" e já haverá sucessores para continuar com a festa da padroeira. Acusando já algum cansaço, Ferreira disse: "Não pensava voltar a envolver-me de uma forma tão activa".

Olga Costa

POUSA Sra. da Esperança

"Superou as expectativas"

A festa da Senhora da Esperança, na Pousa, "superou as expectativas", segundo um dos elementos da comissão de festas, João Pereira da Eira. "A adesão foi muito satisfatória. Veio muita gente, mesmo", garantiu, satisfeito.

À semelhança do que acontece um pouco por várias freguesias do concelho, na Pousa, aliou-se o sagrado ao profano, com vista a agradar ao maior número de pessoas. João Pereira da Eira considera que as pessoas participaram muito nas actividades, quer nas profanas, quer nas religiosas, mas aponta a procissão de velas, na sexta-feira, como uma das actividades mais concorridas.

No domingo, também a procissão reuniu muita gente da terra e das freguesias vizinhas, bem como emigrantes. Um dos momentos da tarde foi a "Batalha de Flores". "Trata-se de uma tradição recente, aí com três, quatro anos", explicou o elemento da comissão de festas. "É costume vir muita gente, aderir a esta despedida da Senhora", atentou.

João Pereira da Eira é um entre vários voluntários que se juntam para poder honrar a Senhora da Esperança e crê que a festa deste ano foi do agrado geral: "acho que as pessoas estão muito satisfeitas. "Aliás, no sábado à noite, até aplaudiram todos os voluntários da comissão, deram-nos os parabéns", concluiu.

Armandino Pedras era um dos que estava satisfeito com o programa deste ano. O habitante da Pousa confirmou ao BP que esteve muita gente na festa, ao longo do fim-de-semana, e que o programa esteve de acordo com as suas expectativas.

Para além da habitual procissão de velas, houve actuação de grupos musicais na sexta-feira (grupo Os Amigos Leais de Barcelos) e no sábado (grupo Myllenium). No domingo, para além da procissão e da "Batalha de Flores", actuou a Banda Musical de Calvos e dois grupos folclóricos. No final, João Pereira da Eira assegurou: "enquanto se puder, a festa é para repetir".

Cristina Barbosa

BALUGÃES

Milhares em peregrinação ao "monte da fé"

Vários milhares de pessoas estiveram em peregrinação à Senhora da Aparecida, terça e quarta-feira. A tradicional procissão, até ao penedo sagrado, contou com a presença de dezenas de confrarias de 28 freguesias, de Barcelos, Viana do Castelo e Ponte de Lima, que, ao longo de cerca de hora e meia de romagem, entoavam cânticos de louvou à padroeira que compartilha o altar com o Senhor do Passos, o primeiro protector de Balugães. Apenas por hábito ou para cumprir promessas, muitos são os que todos os anos reservam o dia 15 para acordar cedo e rumar à Aparecida. Caso de fé é o de Clementina Balinha, que costuma ir à Aparecida todos os anos e este não foi excepção: "Sou de Cossourado, mas moro em Darque. Como não tinha companhia, estacionei o carro em Barroselas e vim. Agora já fiz a minha oração e vou regressar de novo a pé. Venho sempre que posso, umas vezes a pé e outras de carro, mas sempre recolhida nos meus pensamentos". Devota da santa, Clementina já de pequena fazia, a acompanhar a mãe, os caminhos até Balugães. Há cerca de uma dezena de anos, Jorge Vieira também trilha esses caminhos. A morar na Silva, vem sempre com a família, não tanto por promessa, mas mais "por gosto". Duas das histórias, de entre milhares de peregrinos que subiram o escadório até ao local onde, em 1702, terá registado primeira aparição mariana em Portugal.

Embora se diga que a fé move montanhas, o mesmo não se pode dizer de intempéries: na terça-feira costuma haver oração durante todo o dia e toda a noite, a tradição manteve-se, mas os fiéis é que foram bem menos que nos outros anos: "Tivemos gente, mas pouquinha. Aliás, devido ao mau tempo, não fizemos missa campal e as orações tiveram que ser todas no santuário. O chão parecia um lago", frisou Francisco Vieira, membro da confraria da Senhora da Aparecida. A queda na afluência foi também visível na venda de velas: "Vendeu-se nem metade da quantidade que se costuma vender. Por norma temos umas dez pessoas a atender e desta vez quase que chegava uma", acrescentou.

A peregrinação, que já é feita há muitas décadas, começou por ser pouco mais que uma festa profana, onde a oração à senhora ficava relegada para segundo plano. O frei Bartolomeu Ribeiro disse que aquela não era forma de adorar uma santa e a partir de então, a peregrinação à Senhora da Aparecida surgiu como é hoje conhecida.

Olga Costa

MINHOTÃES Devoção à Sra. das Neves

Tradição voltou a cumprir-se

Minhotães esteve em festa durante o passado fim-de-semana. Ao longo de três dias, de sexta a domingo, a tradição cumpriu-se e a animação musical e as cerimónias religiosas marcaram as festividades, conciliando o sagrado e o profano.

Todos os anos são muitos os fiéis que participam na principal festa da freguesia, em honra da Senhora das Neves, apesar do orago de Minhotães ser o Divino Salvador. As gentes locais são as maiores entusiastas da romaria, a par dos muitos emigrantes que por esta altura regressam à terra.

Na elaboração do programa deste ano, a Confraria – novamente liderada por Manuel Ferreira – voltou a obedecer aos moldes habituais, ou seja, aliou aos actos religiosos um animado arraial popular. A festa arrancou na segunda-feira com a recitação do terço e da eucaristia, cerimónias que se prolongaram até quinta-feira. Depois na sexta-feira realizou-se uma procissão de velas em honra da Senhora de Fátima, com início em Vilar e passagem por vários lugares da freguesia.

Já no sábado foram as iniciativas de carácter profano a estar em destaque com o público a ser presenteado com dois espectáculos musicais, primeiro actuou o grupo de música tradicional portuguesa "Raízes do Minho". "Nasci no Minho", um original do grupo, foi a primeira música a ser ouvida em Minhotães, à qual se seguiu um repertório constituído por temas tipicamente minhotos, como cantigas ao desafio, desgarradas, viras, malhões, entre outros. No final subiu ao palco Marcus, o cantor brasileiro que já conta com mais de duas décadas de carreira em Portugal. A noite terminou com uma grandiosa sessão de fogo-de-artifício.

Em termos religiosos, o ponto alto das festividades aconteceu no domingo, estando prevista no cartaz a realização de uma missa solene logo pela manhã, cantada pelo Grupo Coral Divino Salvador, seguindo-se à tarde uma procissão com vários andores e dezenas de figurados, acompanhada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Viatodos. No final actuou o cantor Jorge Amado.

Maria Oliveira

DURRÃES Dezenas no cortejo etnográfico

Usos e costumes do Neiva

Entre as festividades do fim-de-semana, Durrães foi dos locais que saiu à rua para assinalar o padroeiro, S. Lourenço, que se comemorou na sexta-feira. A música popular costuma fazer parte de qualquer festa e os DeZacordes deram o mote para uma noite animada. Enquanto uns davam um pezinho de dança, as floristas viviam momentos de verdadeira azáfama na igreja a compor os andores que viriam depois a sair à rua.

Cada freguesia é rica nas suas tradições e Durrães é conhecida, entre outras coisas, pela parada representativa dos usos e costumes do povo do Vale do Neiva. Para isso, domingo à tarde, várias dezenas de pessoas saíram à rua, trajadas a rigor, e desfilaram, ao longo de cerca de um quilómetro, umas a pé e outras em carros alegóricos. O tradicional cortejo etnográfico contou com 15 tractores, ornamentados pela comissão de festas e "também por algumas pessoas da freguesia que estão mais acostumadas a estas coisas", frisou Ricardo Costa, da comissão. Com um orçamento alto, a rondar os "18, 19 mil euros", as sucessivas comissões de festas vão reaproveitando alguns carros de edições anteriores, aplicando apenas algumas alterações. Presença sempre assídua é a recreação da azenha ou do forno que servia para cada família coser o pão.

Além das gentes da sua terra, o cortejo costuma também ser preenchido por carros de outras freguesias, uma tradição que se vem enraizando há dez anos. Por este motivo, além dos habitantes de Durrães, a parada costuma atrair dezenas de forasteiros que não perdem a oportunidade de recordar hábitos e costumes, alguns deles já quase esquecidos.

Com quase um ano de trabalho, a comissão de festas, composta por seis festeiros e quatro mulheres, muito teve que trabalhar para fazer cumprir a tradição. Costuma dizer-se que "depois do trabalho é tempo de descanso do guerreiro", por isso, a comissão de festas estava cansada, mas satisfeita por ter conseguido juntar praticamente a totalidade da verba para pagar as festividades, conta agora com alguma boa vontade dos emigrantes para "tapar o buraco que ainda existe", explicou Ricardo Costa.

Olga Costa

UCHA Cultura e valores da terra na Semana Cultural

Promover e divulgar talentos

Promover a cultura e os valores da terra é o objectivo da comissão de festas do S. Romão, com a realização da Semana Cultural. A coordenadora da comissão, Rosa Maria Macedo, atenta, pois, que, ao longo dos quatros dias da iniciativa, houve sempre a participação de pessoas da Ucha ou de algum modo ligadas à freguesia: "resolvemos fazer uma coisa diferente, para buscar a cultura da terra". "Todos os dias da semana cultural tivemos pessoas ligadas à terra", explicou Rosa Maria Macedo.

Embora as actividades tivessem decorrido, naturalmente, durante a semana e apesar de haver "muitas pessoas que ainda estão a trabalhar", a coordenadora da comissão de festas crê que a adesão foi satisfatória.

Pela primeira vez a organizar este tipo de eventos, Rosa Maria Macedo destacou a prontidão de todos aqueles a quem solicitou colaboração: "a todas as portas que bati, disseram-me logo que sim, que podíamos contar com eles. Foi só pôr as ideias a funcionar e tivemos todo o apoio". Também por isso, o resultado do trabalho é compensador: "tem que ser um trabalho de equipa, em que todos têm de colaborar, mas que, no fim, é gratificante".

De resto, Rosa Maria Macedo entende que este tipo de iniciativas deve continuar a realizar-se: "Só mesmo fazendo-se iniciativas como esta é que as pessoas também sentem algum incentivo". "As pessoas têm de ter um público, porque, caso contrário, se calhar nem podem mostrar as suas capacidades", concluiu.

Depois da realização de uma "Noite de Fados", da actuação do DJ Caipirinhas e de um Encontro de Concertinas, a Semana Cultural da Ucha termina hoje, com uma "Noite de Teatro", pelo grupo de teatro "Os Pioneiros da Ucha". A iniciativa foi organizada pela comissão de festas e está integrada nas festividades em honra de S. Romão, que prosseguem durante este fim-de-semana.

Cristina Barbosa

ALHEIRA Honra os seus santos

Herança e tradição

Alheira é uma freguesia cheia de tradições e, até a eleição da comissão de festas se rege por uma. Os elementos que a constituem são sempre os mesmos, "eleitos" por herança, e salvo raras excepções, ser membro da comissão de festas é uma coisa que passa de pais para filhos.

Jorge Martins, um dos 14 membros que organizaram a festa em honra de S. Lourenço e S. Silvestre, e que abraçaram esta tradição mostrou orgulho mas confessou, "é cansativo, já faço parte disto há cerca de 13 anos, e o trabalho não se resume à festa, durante o ano temos que tratar de todo o recinto, cortar a relva, fazer obras, e todo este trabalho é feito pelos festeiros, por carolice". As receitas para esta manutenção vêm das esmolas e cada ano que passa, o espaço está mais bonito. Foram feitas obras na capela, que se encontra toda restaurada, no interior e no átrio, um trabalho de cerca de 3 anos, e do qual Jorge Martins admite, "é muito gratificante para quem cá está receber o reconhecimento dos alheirenses e dos imigrantes que gostam de vir cá".

Outro motivo para visitar o monte de S. Lourenço é também a festa, que se realizou o fim-de-semana passado e não ficou aquém das espectativas.

O ponto alto foi sem dúvida no domingo, dia de procissão em honra de S. Lourenço que, com vários andores, acompanhados pela Fanfarra dos Escuteiros de Alheira e pelas bandas de música de Vale de Cambra e de Oliveira, percorrer várias ruas da freguesia.

No entanto, o grupo de música popular "Santa Cruz" actuou na sexta-feira e, o sábado foi um dia cheio de costumes tradicionais. De manhã, a tradicional concentração do gado e a procissão em honra de S. Silvestre, à qual se seguiu a bênção do gado no recinto. A tarde foi dedicada ao leilão da carne proveniente das ofertas e, à noite, centenas de pessoas acorreram ao local para assistirem ao espectáculo musical proporcionado por "Tiago – O Maroto do Minho" e a sua banda.

No final, a comissão sentiu que, mais uma vez, cumpriu o objectivo de animar a população oferecendo espectáculo e tradição sem nunca pôr de parte o local de culto, que é o Monte de S. Lourenço.

Patrícia Freitas

FEITOS Homenageou Sra. dos Milagres

Festa foi um "milagre"

A festa em honra da Senhora dos Milagres na freguesia dos Feitos é uma das mais antigas e com mais tradição no concelho mas, este ano, esteve em vias de não se realizar.

Dos 12 elementos eleitos pela comissão do ano passado, apenas 2 aceitaram o cargo e, por isso, a organização da festa apenas começou em Fevereiro, graças a 4 voluntários que se juntaram para não deixar a tradição morrer.

Rui Sousa, um dos 2 corajosos, falou das dificuldades que encontraram durante os últimos meses: "não foi fácil manter esta tradição, é difícil arranjar dinheiro e pessoal para trabalhar e, além disso, não podemos garantir a realização da festa do próximo ano, tudo vai depender da comissão que elegermos".

Com ou sem festa no próximo ano, esta comissão deu o seu melhor, fez um peditório, pediu patrocínios, explorou o bar e até realizou um torneio 24 horas e o resultado estava à vista das centenas de pessoas que por lá passaram durante o fim-de-semana.

As festividades começaram logo na sexta-feira com a Procissão de Velas e a actuação do grupo "Vozes do Lima", o dia terminou com fogo-de-artifício.

No dia seguinte, o Grupo Desportivo dos Feitos e os Leocadenses lutaram pela Taça de Nossa Senhora dos Milagres 2012 e a noite trouxe ao palco o grupo musical "Litos Quinhas e os Bandalhos" que animaram a população com as suas músicas divertidas e caracterizações populares.

O ponto alto da festa aconteceu no domingo, dia de procissão. A Banda de Música de Gondomar acordou a freguesia e a Fanfarra de Escuteiros de Cossourado abriu a tarde e deu o mote para os andores floridos e os figurados percorrerem algumas ruas até à Estrada Nacional e voltarem ao Largo da Igreja, local onde se realizou a "Tarde do Folclore". Os amantes desta tradição minhota puderam assistir à actuação do Grupo Folclórico de Sta. Maria de Moure (Barcelos), do Grupo de Danças e Cantares do Neiva de Sandiães (Ponte Lima) e do Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães (Esposende). Os festejos encerraram com a actuação do Grupo "Som Jovem".

Patrícia Freitas

MARTIM 11ª edição do Dia da Freguesia

"Uma ideia feliz"

15 de Agosto é, certamente, um dos dias mais esperados do ano para os martinenses. É o dia em que toda a freguesia se junta para conviver e matar saudades. O campo da Junta de Freguesia é o palco de encontro que deixa todos os lugares da freguesia vazios. Famílias inteiras trazem farnel ou cozinham no próprio sitio, têm as suas mesas e vivem um dia diferente onde o convívio e a animação são palavras de ordem. De longe vêm os emigrantes espalhados um pouco por todo o mundo. Há 11 anos que funciona assim. "Achamos interessante dedicar um dia a Martim. Escolhemos o dia 15 de Agosto por ser feriado, dia de Santa Maria, que é a nossa padroeira, e depois porque é verão e altura de férias", disse ao BP o presidente da Junta, António Carvalho. E a verdade é que foi "uma ideia feliz. Passam sempre por aqui mais de 3000 pessoas durante o dia." A freguesia ficou mais unida e nota-se o crescimento do bairrismo de ano para ano. Para além da confraternização, o dia é sempre preenchido com actividades e ontem voltou-se a cumprir a tradição. De manhã houve missa, prova de atletismo e o 2º torneio de paintball. De tarde estavam agendados jogos tradicionais, cantares ao desafio, os espectáculos do Grupo Folclórico da Casa do Povo de Martim e de uma banda local e a habitual sardinhada e caldo verde. E pelo ambiente que se vivia pela manhã, esperava-se um dia cheio de alegria e de partilha. Há três mandatos na Junta e com o apoio de mais 16 elementos, Carvalho confessou: "Esta é uma das tradições mais recentes da nossa terra, mas a mais viva e sentida por todos. Sentimos muito orgulho em ser martinenses, por isso, o Dia de Martim foi a nossa grande obra." E a vontade era ficar neste evento pioneiro no concelho e já seguido por outras freguesias.

Edite Miranda

GALEGOS STA. MARIA Dia do Emigrante

Festa solidária

"Dois em um", assim se pode classificar o Dia do Emigrante, organizado pela Junta de freguesia de Galegos Santa Maria e que teve lugar sábado à noite. Por um lado, a iniciativa, que já não se realizava há vários anos, visou "dinamizar o verão e alimentar a união entre as gentes de Galegos", disse a secretária da Junta, Ângela Costa. E receita parece que resultou e várias dezenas de emigrantes juntaram-se para matar saudades e pôr a conversa em dia, enquanto tocavam os Motocavaquinhos e os Amigos da Concertina. Filipe Bogas partiu há dez meses para o Luxemburgo, mas já tinha saudades de uma boa cerveja com os amigos. "A iniciativa é boa, mas acho que o pessoal novo deveria aderir mais, afinal esta festa é para todos". Para o mesmo país viajou, há dois anos, António Coelho, que fez questão de agradecer pela festa, e pelo "carinho que recebe quando vem de férias".

Mas além da recepção para aqueles que partiram em busca de um futuro melhor, a festa teve, ainda, um cariz solidário: ajudar o pequeno Daniel que sofre de uma deficiência rara – Holos Anencefalia Semi-Global, ou seja, a parte frontal do cérebro do Daniel está colada, explicou a mãe, Orquídea Barbosa. A doença, diagnosticada aos seis meses de vida, implica que a criança, agora com cinco anos, seja completamente dependente de terceiros. Cura para já não há, mas existem tratamentos que podem melhor a qualidade de vida dos doentes. O problema é que, como em muitas doenças raras, o tratamento não pode, para já, ser feito em Portugal. Daniel está a ser acompanhado por um fisioterapeuta cubano, país onde já fez dois meses de terapia intensiva, um procedimento que custa milhares de euros. A família, natural de Galegos S. Martinho, espera levar Daniel novamente, em Janeiro, a Cuba para mais dois ciclos de tratamento. Cada ciclo tem um custo de 10 mil euros. Se os pais não conseguirem juntar a verba necessária, a doença de Daniel terá que ser mais uma vez avaliada, o que acarretará um custo acrescido de seis mil euros. É por isso que a família se tem desdobrado em iniciativas de angariação de fundos, como o Dia do Emigrante, cuja receita – do porco assado e de todos os comes e bebes – foi entregue para o tratamento de Daniel. Embora, para já não exista terapia adequada para o Daniel em Portugal, é de salientar que recentemente abriu, em Guimarães, uma clínica que está a aplicar uma terapêutica semelhante. Este é, de resto, o local onde os pais do Daniel, emigrantes em França, esperam poder vir a tratar o filho. Todas as ajudas são boas e quem quiser saber mais sobre a doença do Daniel e formas de o ajudar pode consultar a página www.facebook.com/danielprecisadeumavidamelhor.

Olga Costa

GILMONDE Dia do Emigrante

Sra. da Ajuda anunciada

O Dia do Emigrante foi assinalado, na tarde de domingo, em Gilmonde. A iniciativa foi promovida pela Comissão da Festa da Senhora da Ajuda e tratou-se de uma espécie de antecipação das festividades que se irão realizar entre os dias 2 e 9 de Setembro.

Emigrante é todo aquele que sai da sua pátria a fim de procurar melhores condições de vida. Certamente que, todos aqueles que deixam o seu país ficam emocionados quando voltam à terra natal e são homenageados. A freguesia não é excepção e também tem muitos casos de emigração. Segundo Paulo Correia, que integra a comissão de festas da Sra. da Ajuda, "na parte dos emigrantes não noto a crise, pois continuam a contribuir para as festividades da mesma forma. Mas a nível da população de Gilmonde nota-se a crise e no peditório as pessoas cortaram um bocadinho". Porém, Paulo Correia fez questão de agradecer "a toda a gente que nos ajudou".

A tarde de domingo contou com a actuação do Grupo Etnográfico de Danças e Cantares A.D.R.C. de Gilmonde que levou muita animação. Como o Dia do Emigrante foi assinalado no mesmo dia em que se realizou a peregrinação da Franqueira, o grupo começou a sua actuação com a "Dança da Sra. Da Franqueira", tendo-se seguido a "Mariazinha" que certamente "já tinha o dote para casar". Não faltou ainda o "São Bentinho", seguindo a "ronda" de homenagens religiosas. O empenho de todos os elementos do grupo durante o espectáculo fez com que fossem brindados com muitas palmas pela plateia que não era muito vasta. A tarde contou ainda com a missa do emigrante e, no final, o hastear das bandeiras a anunciar as festividades com cerca de um mês de antecedência, como habitualmente se faz, a toda a população.

Este ano, a Comissão da Festa da Senhora da Ajuda aposta forte no programa das festividades e promete trazer muita animação a Gilmonde com a presença de "Zé Amaro" no dia 8 de Setembro, bem como com "Augusto Canário & Amigos" no dia seguinte.

Sónia Mendes

MOURE XXII Festival de Folclore

Diversidade cultural em palco

Moure acolheu no passado sábado mais uma edição – a vigésima segunda – do Festival de Folclore promovido pelo Grupo Folclórico de Santa Maria de Moure, fundado em 1990 pelas gentes da terra aquando da angariação de fundos para as obras de remodelação e alargamento da igreja da freguesia.

Pelo palco colocado no recinto junto ao salão paroquial passaram ao todo cinco ranchos de diferentes regiões etnográficas, incluindo o grupo anfitrião, a quem coube a abertura do certame. Os elementos da casa subiram ao palco com temas que bem caracterizam o folclore do Baixo Minho, como a "Chula", o "Vira", o "Regadinho" ou a "Vareira". O movimento das danças, a alegria dos cantares e o colorido dos trajes (de noivos, de trabalho, de domingar e feirar, entre outros) dominaram a actuação do grupo barcelense.

Seguiu-se a apresentação do Rancho Folclórico Flor do Alto Alentejo, de Évora, que sobretudo com a música "Puladinho Alentejano" contrariou a ideia estereotipada que existe sobre os alentejanos e mostrou que estes, afinal, "não são nada moles, nem pachorrentos", como referiu a porta-voz do grupo vindo do sul de Portugal. A viagem pela diversidade do folclore nacional regressou depois ao Norte, mais concretamente ao Alto Minho, com o Grupo Folclórico Paço Vedro Magalhães, em representação do concelho de Ponte da Barca. Pela noite adentro actuaram depois ainda o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Arões, de Fafe, e o Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães, de Esposende.

Actualmente com 48 elementos, de várias idades, o Grupo Folclórico de Moure realiza este festival desde que foi criado, no início da década de noventa, com o objectivo de preservar os usos e costumes do seu povo, recolhendo e divulgando os valores do folclore do Baixo Minho. A iniciativa é bem recebida e acarinhada por toda a população, sobretudo pelos emigrantes, que por esta altura regressam à terra natal para fortalecer os seus laços de pertença. A iniciativa "já faz parte da história do rancho", como frisou António Oliveira, presidente do grupo há 8 anos, e assume especial importância na medida em que dinamiza a freguesia, promove as tradições populares portuguesas e fomenta o convívio entre os grupos participantes. Antes das actuações, os grupos estiveram reunidos num jantar convívio, onde participaram cerca de 300 pessoas.

Maria Oliveira

BASTUÇO STO ESTÊVÃO Dia da Freguesia

"É difícil juntar as pessoas"

Depois de uma missa e da tradicional romagem ao cemitério, onde foi depositada uma coroa de flores em homenagem aos conterrâneos já falecidos, a festa em Bastuço Santo Estêvão continuou no Parque das Merendas com um picnic. Ana Vaz, secretária da Junta de Freguesia, falou da importância deste dia: "Podemos juntar todos os populares e os emigrantes para convivermos e partilharmos o farnel".

Este dia foi pensado há 7 anos, antes Bastuço comemorava o Dia do Emigrante, mas o Dia da Freguesia fazia mais sentido e é assim chamado desde então.

Na hora do almoço não estava muita gente, segundo Fernando Gomes Silva, presidente da Junta, "talvez por haver tantas comunhões e baptizados, muitas famílias estão fora da freguesia".

À tarde esperava-se um músico, tocador de concertina e animador, o mesmo de todos os anos, mas que tem agradado à população e um picnic gigante, este com mais adesão e animação.

Bastuço é uma freguesia pequena e Fernando Gomes Silva "gostava que o povo se unisse mais e participasse neste dia, porque este dia é da freguesia. Infelizmente ainda há pessoas que pensam que isto é um evento partidário, mas isto é um convívio para as pessoas."

Revoltado com a pouca confiança de alguns habitantes da sua terra, o autarca acrescentou ainda que, "o principal motivo desta festa é conviver e comunicar. Este é um local onde qualquer pessoa pode aproveitar para expor problemas que a Junta não tem conhecimento, nas assembleias aparecem poucas pessoas, e aqui podemos chegar a conclusões importantes e soluções para resolver algumas questões."

"Cada vez é mais difícil juntar as pessoas, mas nós vamos continuar a tentar, enquanto cá estivermos vamos lutar contra a maré", acrescentou Ana Vaz e ainda garantiu que, "no próximo ano, mesmo sem este feriado, a festa vai continuar a realizar-se, agora no segundo domingo do mês de Agosto".

Patrícia Freitas

Cultura

Barcelos Popular
Texto
16 de Ago de 2012 0

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