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Zé Brasileiro, português de Palme

Festa à Sr.ª dos Remédios, em Palme

Quando se ouve “É uma casa portuguesa” com sotaque paulista, ritmo forró e bailarinas em rodopio num sambódromo invisível, já se sabe que aí vem Roberto Leal.

Casaco espelhado, colete preto, jeans sem vincos, palma da mão aberta ao céu, a outra mão fechada no coração, sobre a cruz de Cristo bordada. E, depois, o hino “Heróis do Mar” com rufos, a cachopa que “arrebita” e o adeus evangelizador de sete minutos com “Jesus Cristo, eu estou aqui”.

Roberto Leal – melhor, António Joaquim Fernandes –, transmontano de 57 anos, com 18 milhões de discos vendidos, mais de 300 temas, o filme “O Milagre” sobre a sua vida, brindou na sexta-feira Palme com um bom concerto na festa da Sra. dos Remédios.

Como esperado, mais religioso do que profano, dividindo opiniões. Contrapôs até dois recém-falecidos – Michael Jackson (“tinha tudo e não tinha nada, ele mesmo desistiu”) e Raul Solnado (“disse-me até no Brasil: faz favor de ser feliz”).

A comissão de festas não fez a coisa por menos e, na noite seguinte, trouxe à freguesia o som dance dos conhecidos SantaMaria, que atraíram “quase 5000 pessoas”, e um inédito show piromusical.

No domingo houve procissão com 21 andores e cem figurantes, cinco pára-quedistas em acrobacias abaixo da capela, o 1º Encontro de Concertinas com 75 executantes e a missa solene, citou Sérgio Moreira, coordenador da comissão de festas, que no núcleo duro somou José Vieira, José Torres, Francisco Carvalho e Paulo Faria.

Festa “como nunca” e contra o aterro sanitário
“Tivemos uma festa espectacular, como nunca. Rondou 70 mil euros, mais 20 mil face a 2008. Foi um ano inteiro a trabalhar, numa fase de crise e numa freguesia pequena. Por isso, custou muito mas Palme está de parabéns, nas redondezas foi a melhor”, sorriu o responsável.

Curiosamente, a recente ameaça de a localidade vir a receber o aterro sanitário não foi esquecida. Na barraca do clube desportivo viu-se vários cartazes, alguns já usados na marcha-lenta e na manifestação na Câmara.

A memória está bem viva e a malta insiste que é contra o aterro na terra – já mostrou que não vai em cantigas, como na recente abstenção às eleições europeias.

Cultura

Barcelos Popular
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27 de Ago de 2009 0

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