Pouco passava das 15h quando o Barcelos Popular chegou à freguesia e a azáfama era grande junto à igreja. Gente de todas as idades, uns – os mais velhos – vestidos a rigor, outros na desportiva, numa postura de curiosidade perante uma tradição antiga, de um tempo bem distante das novas distracções como o telemóvel, o computador ou a PlayStation.

O certo é que todos se mostraram solidários, sobretudo com a nova associação que, segundo uma das responsáveis, Inês Fernandes, pretende fazer a recolha das tradições de Barcelos e Vila Verde, esta última devido à proximidade geográfica com a Ucha. O grupo tem cerca de 30 elementos, mas é intenção recrutar mais, sobretudo os mais novos, ainda um pouco desligados das tradições, reconheceu Inês.

Pelo que foi possível ver no primeiro dia do evento – que pretendeu, em conjunto com outras acções de cariz musical na noite de sábado e tarde de domingo, angariar fundos para o arranque definitivo do projecto –, a associação tem “pernas” para andar. Essencialmente por ter pessoas com espírito de iniciativa, como a jovem Inês e outras de mais idade que estão disponíveis para passar às gerações futuras as histórias que merecem ser preservadas.

Uma delas é Maria Felorzinda, de 68 anos. Contou ao BP que praticamente sempre fez a desfolhada na sua vida: “Aos 9 anos ia com a minha mãe para lá, de sacholinha. Era muito duro, tínhamos de o fazer para comer”.

A simpática ceifeira – uma das sete que o grupo conseguiu chamar para a tarde de sábado, em que cortaram o milho numa propriedade no lugar do Quintão – disse ainda que faz a actividade todos os anos e irá continuá-lo enquanto tiver condições físicas.

Quanto ao Grupo Folclórico da Ucha, criado em 2006 e ainda em fase de recolha das tradições, pretende algo bem mais do que os palcos dos ensaios e, para isso, precisa da ajuda das pessoas para comprar trajes e divulgar a história e cultura da região.

27 de Ago de 2009 0

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