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Regresso à infância

Exposição "Imagina", de Cristina Vilarinho

Os brinquedos usados na meninice há várias décadas, que ainda se vêem em feiras de artesanato e coleccionadores, são o ponto de partida da exposição “Imagina”, com ilustração infantil sobre azulejo e sobre placa em grés, de Cristina Vilarinho.

As 16 peças estão patentes no átrio do Museu de Olaria até 30 de Agosto e, para interessados, custam 75 a 90 euros.

A artesã do Porto, de 42 anos, faz uma espécie de sequela à recente mostra “Se tu visses o que eu vi”. Reivindica a infância, a descoberta das crianças por artefactos de outros tempos (e assim dotá-los de vida) e a capacidade das histórias encantarem, “num universo de outros mundos, novos seres, sítios especiais e ambiências misteriosas”.

“É importante recuperar o brincar, o ser espontâneo, a alegria dos pequenos nadas, apelar à magia das 1001 aventuras em cima do cavalo de pau, os jogos inventados com os objectos mais simples”, define Cristina Vilarinho. A também designer gráfica e azulejista há 12 anos (deu cursos alusivos no Museu de Olaria) apela ao perfil lúdico-pedagógico na construção do próprio brinquedo.

O processo inicia no desenho para se manifestar no azulejo, usando giz, tintas de água ou cozedura a mil graus. Esta referência é deixada numa vitrina ao canto, que guarda esboços, pincéis, lápis de cera, corante azul ou berlindes. Nos azulejos ressaem imagens de crianças a voar num galo, a girar num peão, a patinar num peixe, a balouçar numa árvore.

Os títulos são sugestivos, como “Nau catrineta”, “Sobe, sobe, sem parar” e “Loja do mestre André”. Vale a pena a visita, com os adultos a trazerem os menores, ou vice-versa, e cantatolar aniki-bebé, aniki-bobó, passarinho totó...