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Adriana retrata-se em "O Dálmata sem Pintas"

Jovem de Martim tem 18 anos e paralisia cerebral

Adriana Ferreira tem 18 anos e aos 15 editou o primeiro livro “O Dálmata sem Pintas”, num projecto conjunto com Eugénia Carvalho, na altura sua professora de Educação Especial na EB 2,3 de Cabreiros, Braga.

A história fala de um cão chamado Bolinha de Neve, que era rejeitado pelo irmão mais velho, o Pintas Mil, e que um dia saiu de casa por se recusar viver com o mano dálmata que nasceu diferente, sem pintas nenhumas.
Baseado em experiências familiares concretas e escrito por uma jovem com paralisia cerebral, o conto tem duas grandes mensagens subjacentes: “a primeira, é que a família é o que nós temos de mais importante na vida; e a segunda é que, apesar da deficiência, há capacidades que merecem ser desenvolvidas e que estão para além das limitações físicas”. Através da escrita, Adriana conseguiu não apenas superar-se a si própria como também mostrar aos outros que “a cadeira de rodas é apenas um pormenor” e que a deficiência não é limitação nem impeditivo de ser feliz: “Já passei por muito na vida e como qualquer pessoa tenho momentos em que me vou abaixo e me apetece desistir de tudo. Mas depois penso que há pessoas que têm problemas mais graves do que o meu e isso dá-me força para seguir em frente”.
A história de “O Dálmata sem Pintas” é ficcionada, mas retrata “um testemunho real de vida”. A ideia surgiu quando um dia a jovem de Martim se confessou profundamente triste e ferida com a irmã, situação que levou a professora do ensino especial a lhe propor “passar a mágoa para o papel, talvez assim compreendesse melhor a história do lado de fora”. A agora aluna de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade da Escola Secundária de Barcelos aceitou o desafio e o resultado está no livro co-escrito com Eugénia Carvalho e ilustrado pela educadora Anabela Marta, com composição gráfica de Hélia Lima. Desde então, a obra tem sido apresentada em várias escolas do concelho e da região, uma forma de promover a venda para ajudar a família de raízes humildes, de desmistificar a diferença e de incentivar a igualdade e a inclusão. 
O gosto pela escrita nasceu com a experiência de “O Dálmata sem Pintas”, mas entretanto já compôs vários poemas, duas peças teatrais e alguns trabalhos jornalísticos para o Barcelos Popular, aquando do seu estágio curricular em Março. Já encetada está a sua autobiografia, que se deverá chamar “Uma Estrela Especial chamada Adriana”, por enquanto guardada na gaveta pela falta de tempo e de disponibilidade que o curso profissional exige. Para além de escrever, a jovem estudante gosta de estar com os amigos e familiares e de passar o tempo livre na piscina e na praia. Quanto a sonhos, diz que só quer “ser feliz” e que gostava muito de “conhecer o Estádio da Luz” e de “privar pessoalmente com a actriz Simone de Oliveira”, de quem é fã incondicional.

Cultura

Barcelos Popular
Texto
28 de Jul de 2011 0

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