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Terminou acção da SOPRO em Moçambique e Brasil

Voluntários contam experiências de 40 dias

Terminou, na segunda-feira, a missão de 40 dias da SOPRO - Solidariedade e Promoção - a Moçambique e ao Brasil.

Os oito voluntários (cinco para Moçambique e três para o Brasil) levaram na bagagem a vontade absoluta de ajudar aqueles que pouco têm e para quem um simples gesto de carinho é coisa rara, mas muito apreciada. A missão era vasta: fazer uma avaliação da aplicação das bolsas que a SOPRO atribui com a ajuda dos padrinhos, dar formação aos professores locais, montar uma sala semelhante a um jardim-de-infância e dar formação de primeiros socorros.

Quatro regiões
A escola João XXIII, na paróquia João Benedito, na Beira, ligada aos irmãos La Salle, foi o quartel-general das actuações do grupo que partiu para Moçambique. Trata-se de uma região onde a SOPRO tem vindo a desenvolver uma acção mais forte. Mas os voluntários trabalharam ainda com a associação ESMABAMA, onde o grupo actuou em quatro regiões: Estaquinha, Mangunde, Barade e Machanga. Em todas elas, as acções foram mais pontuais, mas não menos enriquecedoras. Foi precisamente quase no regresso de uma dessas viagens que Carlos Araújo, realizador barcelense, teve uma das mais marcantes experiências: depois de parar numa localidade para fazer umas filmagens, deparou-se com uma mulher que gritava na direcção dele. A mulher vinha pedir ajuda para outra que estava “há bastante tempo” em trabalho de parto. Havia complicações e Carlos decidiu ajudá-la, levando-a para o centro de saúde. A mulher deu à luz três crianças.

“Afinal pobreza e alegria coexistem”
De entre as inúmeras cartas escritas pelos afilhados para os padrinhos que as ajudam sem quase nunca as conhecer, estão histórias de vida de crianças e jovens quase sem esperança, muitos deles órfãos. “São crianças com muito sofrimento, que não sabem o que é crescer em família. Muitas gostavam de conhecer os padrinhos, de lhes tocar, de lhes dizer um obrigado”, disse Carlos Araújo.
De uma região com uma premência ainda enorme de tudo, as crianças e os jovens com quem os voluntários lidaram fizeram deles homens e mulheres diferentes. Com um espírito renovado e com a grande capacidade para dar  atenção  a  coisas  simples do dia-a-dia, como água potável. Um povo sem nada, mas sempre com um sorriso nos lábios. Mãos cheias de nada, mas de uma vontade gigantesca em aprender e dar o que tinham: o melhor acolhimento possível. “Afinal a pobreza e a alegria coexistem”, referiu o barcelense.

"300% positivo" para uma experiência a repetir e aconselhar
A missão a Uruará, no Brasil, levou três voluntários, para um balanço que se faz agora de "300% positivo", e que começou a ser construído logo que o avião aterrou. De entre todos os momentos e experiências vividas, a que menos se poderia imaginar era a dificuldade na Língua. "aquilo que mais nos marca e que provocou alguma confusão foi a dificuldade em nos conseguirmos fazer entender. Nós percebíamos melhor, por causa das novelas, por exemplo, mas para eles tínhamos que falar muito devagar", confessou Bruna Simões.

“Inversão de valores”
Numa região onde a fome e a pobreza extrema não eram os maiores problemas, era sim a "enorme inversão de valores". "Era mais fácil encontrar uma criança com um telemóvel que uma que tivesse almoçado". Uruará fica longe de tudo e de todos, são precisas mais de cinco horas para chegar à povoação mais próxima. Os voluntários nunca encontraram situações de fome, "por uma razão muito simples, o país é muito rico em frutos", referiu a voluntária. Com a missão de dar formação e acompanhar os monitores nas actividades desenvolvidas, os voluntários levaram a cabo ainda actividades socioculturais.
Para Bruna Simões e os restantes voluntários, uma experiência a repetir e a aconselhar, "apesar das dificuldades e das saudades".

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Barcelos Popular
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01 de Set de 2011 0

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