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Teatro em Carapeços, Durrães e Feitos

Palcos de festa

Carapeços, Durrães e Feitos viveram a festa do teatro.

Amigos do Pato encerraram Festival em Feitos

A Associação Amigos do Pato, de Rio Covo Santa Eulália, encerrou da melhor forma maais uma edição do Festival de Teatro de Barcelos, iniciativa criada para promover a itinerância dos grupos de teatro amador do concelho, numa lógica de partilha entre companhias. Durante mês e meio, de 15 de Setembro a 28 de Outubro, foram várias as produções teatrais que foram levadas à cena em algumas freguesias do concelho, por cerca de uma dezena de colectividades que trabalham de forma abegnada e por amor ao teatro em regime não lucrativo.

O salão do Teatro Experimental dos Feitos, no Centro Cívico da freguesia, encheu na solarenga tarde do passado domingo para a apresentação de duas peças cómicas que arrancaram à vasta plateia sonoras gargalhadas e calorosos aplausos no final. O grupo de Rio Covo Santa Eulália, que em Junho passado comemorou 24 anos de existência, proporcionou ao público presente uma animada tarde cultural com a "A Senhora Cifrão" e "Por Causa de um Sobretudo".

Primeiro subiu ao palco a secção juvenil da associação para representar "A Senhora Cifrão", uma adaptação da peça "O Senhor Cifrão", da autoria de Gabriel Bosco. Depois foi a vez da peça "Por Causa de um Sobretudo", um trabalho que conta com a participação de sete personagens e a encenação está a cargo de Carlos Coutinho. A história desenvolve-se na recepção de uma humilde estalagem de Lisboa, em torno da troca de um sobretudo cor de café, novo, por outro da mesma cor, mas velho e com uma grande mancha de azeite nas costas. A troca do sobretudo gera uma manhã atribulada para o recatado Bogalho, que se desloca à capital para fazer valer os seus direitos em tribunal quanto a uma quinta que herdou na Amadora. O imbróglio criado por Matias Franco, procurado por diversos credores por consecutivas dívidas, acaba por permitir que Bogalho escape das mãos da autoridade e vença a demanda em sequer ter comparecido em tribunal. Tudo por causa de um sobretudo que, afinal, até deu sorte.

No final das actuações, todos os elementos da Associação "Amigos do Pato" cantaram o hino oficial do grupo. No encerramento e aquando da entrega dos diplomas de participação aos grupos que se associaram à 25ª edição do Festival de Teatro de Barcelos, ouviram-se vivas ao teatro amador.

Maria Oliveira

 

"Éroporto" em Carapeços"

Encheu-se a Casa do Povo de Carapeços para assistir à adaptação da peça "Éroporto de Volta a Balugães? Jamé!", levada a cena pelo grupo Os Amadores de Balugas. Em vez de Balugães, a freguesia que esteve em tema no palco foi precisamente a anfitriã. Embora uma boa parte dos actores do PTC não pudesse estar presente, porque já tinha uma outra actuação marcada, a verdade é que o auditório esteve cheio para gargalhadas pegadas durante mais de uma hora. A comédia conta a história de um engano, onde o tio Abílio interpela Yuri sobre onde estaria o patrão. O mau português do imigrante gera uma grande confusão e "o velhote" acaba por entender que as obras de arranjo e alargamento de uma rua em Carapeços são afinal as obras para a construção de um "éroporto". O tio Abílio conta as novidades às vizinhas Maria das Dores e Quinhas do Chinês que rapidamente organizam uma marcha de protesto contra a construção da nova infraestrutura. Quando o empreiteiro, supostamente responsável pela obra, chegou, deparou-se com bombos e cartazes com dizeres como "Abaixo o éroporto". O Zé Bidão não sabia o que fazer, mas quando as autoridades chegaram para serenar os ânimos, o empreiteiro teve a brilhante ideia de se fingir de deputado, mas não um deputado qualquer, Zé Bidão era agora José Platão e Ervas, o deputado licenciado. A argumentação do engravatado alicerçou-se no facto do "éroporto" coincidir com a rota de pombas turcas que faziam anualmente paragem em Carapeços. A conversa colou e a obra afinal já não ia avançar. O deputado licenciado saiu de cena e voltou a vestir a farda de um empreiteiro que agora via o governo tirar-lhe o tapete dos pés, o mesmo é dizer tirar-lhe a razão para tamanho investimento que supostamente fez para o "éroporto". Zé Bidão, que já tinha sido o rei da salsicha em França, viu no falso recuo do governo uma oportunidade para pedir tudo e mais alguma coisa como indemnização. Mas a população de Carapeços parece estar sempre insatisfeita e após o recuo, afinal já queria o "éroporto". Alvoroço novamente instalado e a comédia terminou com a "brigada das multas" a levar todos presos, não algemados, como seria de se esperar, mas com uma "baracinha vermelha", já que era só isso que o agente Faísca tinha à mão.

Cinco anos após o seu surgimento, Os Amadores de Balugas já vão na 8ª apresentação, a primeira na freguesia de Carapeços e a levar em conta a animação e as gargalhadas causadas é caso para dizer que será para repetir. A encenação marcou o último fim-de-semana do Festival de Teatro de Barcelos de 2012.

Olga Costa

 

Dia de colocar Bandeiras na Avenida

Foi pela mão do autor da peça e encenador António Correia que subiu ao palco do salão paroquial de Durrães a peça "O Testamento Original", no domingo. Doze personagens deram vida a uma história "Actual e real" com um cariz muito divertido. Os pais velhotes decidem fazer partilhas e os filhos, que sempre foram amigos uns dos outros, entram em confronto, por causa das noras. Dizem que o Sérgio que foi criado "por outros" não devia receber herança. E assim foi, Sérgio, o filho que foi criado "por outros e não ajudou a construir a fortuna" abdicou da sua parte mas pediu para ficar com um quadro da casa. Todos ficaram satisfeitos, mal sabiam que se tratava de uma peça única que valia mais de um milhão de euros! Depois, um genro "maricas" e a música, a cargo da Banda de Escuteiros de Barroselas, fizeram as delícias do muito público presente. Os cenários minuciosamente feitos por Elidio Barbosa também são de salientar. Esta foi a 5ª peça escrita por Correia. Depois de "O divórcio", "A tesoura de um barbeiro", "O cinco de outubro de 1910 em Barcelos" e a "Comissão em Angola", nasceu o "Testamento Original". "Procuro sempre escrever peças com temáticas actuais e que ponham o público a pensar", confessou orgulhoso. E a verdade é que foi mais um sucesso digno de festejar. "Quando há teatro, há festa em Durrães. È dia de colocar bandeiras na avenida", afiançou Domingos Maciel, antigo encenador do grupo.

Edite Miranda

Cultura

Barcelos Popular
Texto
31 de Out de 2012 0

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