São Miguel está relacionado com as colheitas e Roriz aproveitou o fim-de-semana para homenagear o padroeiro e juntar as suas gentes à volta de um hábito de outrora: a desfolhada juntou várias pessoas que não perderam a oportunidade para recordar os tempos de infância e cantar modas de outros tempos enquanto os mais novos matavam a curiosidade e ficavam a conhecer hábitos agrícolas dos quais já só praticamente ouvem falar. "Embora hoje em dia já não seja muito habitual, a verdade é que, em Roriz, a tradição é vivida pelo menos uma vez por ano, no terreiro da paróquia", explicou Leonel Miranda, presidente da Associação Cultural e Recreativa de Roriz. Durante certa de uma hora a animação fez-se à volta do milho, sendo o resultado um tractor praticamente cheio de espigas prontas a serem desfolhadas. O divertimento foi muito, mas também houve algum esforço. No final havia que agradecer a todos os intervenientes e nada melhor que um copo de vinho e uma sardinha para repor energias. "Um agricultor da terra ofereceu o milho e ainda levou para casa um tractor de espigas já esfolhadas".

Além de permitir reviver tradições, a desfolhada assegurou também um orçamento baixo para as festividades: "É uma festa que ficou relativamente barata, em vez de termos de contratar mais um grupo para iniciar a noite, fizemos a festa na mesma com o factor extra de, com a desfolhada, as pessoas se sentirem mais presentes e participativas", explicou. As festividades até puderam não ser dispendiosas, mas o "retorno etnográfico e cultural foi imenso". A noite terminou com a actuação do artista Tiago Maroto. No domingo sobressaíram os actos religiosos.

Com as festividades em honra de São Miguel, a freguesia de Roriz encerrou as suas actividades de primavera/verão. Ao longo dos meses foram várias as iniciativas levadas a cabo pelas forças vivas da freguesia, tanto mais que a população se junta sabendo que verbas arrecadadas com o bar, por exemplo, revertem a favor das obras da igreja.

Olga Costa