Foi pela mão da encenadora Fátima Loureiro que no sábado subiu ao palco do salão paroquial da Pousa, a peça "João, o Corta-Mar", a sexta produção e o primeiro drama deste grupo amador. Dezoito personagens deram vida a uma história que começou num dia "dedicado à Senhora da Bonança e ao divertimento", mas que acabou por trazer muitos dissabores. João, o Corta-Mar, era um velho marinheiro com uma filha "de candura" que acabou por se apaixonar por Jorge de Castro, filho de um Capitão da Fragata. Um amor "proibido" que levou à morte de uma criança inocente, morta pelo impostor Capitão da Fragata que se fez passar por D. Carlos.

Uma peça em três actos, de autor desconhecido, que já tinha sido representada há dezenas de anos. "Segundo informações do nosso pároco, esta peça foi estreada em 1959 com a inauguração do salão paroquial e foi um sucesso", por isso, o Branselho quis homenagear aqueles que já fizeram teatro noutros tempos. "É sempre bom recordar o que já se fez por aqui", afiançou Fátima Loureiro. E a ideia é levar ao palco mais peças representadas antigamente. No entanto, o grupo tem noção de que as pessoas "vão ao teatro para se divertir e não para chorar" e por isso, os dramas "serão feitos muito esporadicamente". O objectivo desta companhia – composta por 26 elementos dos 10 aos 78 anos – será continuar a oferecer ao público comédias e pequenos teatros de revista. Neste momento, a encenadora está a escrever o próximo texto mas o título ainda está em segredo. Contudo, "pretendo que subam ao palco o maior número de actores possível porque todos adoram fazer teatro", continuou. Quanto à peça "João, o Corta-Mar" representada para uma casa completamente cheia, o balanço foi muito positivo. "As expectativas foram superadas e agradecemos os apoios da Junta, da Câmara e de todas as pessoas que têm noção que uma peça nos fica muito dispendiosa", concluiu.