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Como foi o Carnaval em Barcelos

Freguesias e associações em festa

Reportagens do Carnaval no concelho.

Centenas desfilaram na Avenida da Liberdade debaixo de chuva

Sátira política foi receita de sucesso

A receita não é nova, mas o mergulho de cabeça do país num cenário de crise deu ainda mais fundamento à sátira política e à crítica social para temas principais do desfile de Carnaval Popular, que juntou, terça-feira à tarde, centenas de pessoas na Avenida da Liberdade. Não foi, mas a temática até parecia ter sido combinada entre as dezenas de associações que se fizeram desfilar desde a rotunda Cibernética até ao centro da cidade. Nem mesmo a chuva e o frio afastaram quem não desfilou, mas aproveitou o dia, com ou sem ponte, para apreciar as novas tendências de escárnio. "Troika e Coelho contrataram a Al-Qaeda para aniquilar os pensionistas"; "Cavaco tem a batuta, mas não a utiliza"; ou "Vamos deixar morrer os velhinhos, temos que poupar na saúde" são só três exemplos, mas mesmo assim ilustrativos das mensagens plasmadas nas diversas faixas erguidas ao longo do desfile.

O Barcelos Popular procurou saber onde os intervenientes foram buscar inspiração: a escola das Pontes, em Tamel S. Veríssimo, por exemplo, embora tenha respeitado o tema eleito pelo agrupamento Gonçalo Nunes, o mar, não deixou de satirizar com a actual situação do país. "Também quisemos transmitir uma mensagem sobre tudo o que se está a passar, éramos um país tradicional, vivíamos do mar, mas quiseram-nos modernizar com a compra destas coisas (os submarinos) que não servem para nada. Estamos todos a saque", explicou Marta Costa que terminou dizendo: "Ó Relvas, temos vaga na nossa escola, se quiseres estudar, nós acolhemos-te…". Já o Souto, em Arcozelo, optou por fazer uma espécie de cadeia. Imagine-se quem lá estava... eram os intervenientes do costume: Passos Coelho, Paulo Portas, Relvas, Nuno Crato ou a chanceler alemã viram o desfile aos "quadradinhos".

Matrafonas continuam a ser prato cheio

Apesar de a maioria ter enveredado pela crítica política, houve também quem apenas se quisesse divertir, sem segundas intenções carnavalescas. A Associação de Pais da EB 1 de Carvalhal inspirou-se nos eternos Smurfs e, num longo mês de trabalho, desenhou e criou fatos para os mais pequenos e os mais graúdos que não perderam a oportunidade para brincar, frisou Clara Martins. Três exemplos daquilo que as associações do concelho prepararam para o desfile. Do "Zé Povinho", às centenas de matrafonas, passando pelos confettis, nada ficou esquecido para um tarde que, apesar de a paisagem ter ficado pintada de guarda-chuvas, não perdeu o encanto de uma tradição já antiga em Barcelos. A organização, a cargo do município de Barcelos, previa a presença de dois mil figurantes, de 44 associações.

A par do desfile de terça-feira, o programa já tinha começado, no domingo, com o desfile de cabeçudos e gigantones, o concurso de máscaras na segunda-feira e o espectáculo de dança da ARCA (Associação Recreativa e Cultural de Arcozelo).

Olga Costa

IPCA recebe estudantes de Barcelos

Foliões chegaram depois das doze badaladas

Para os muitos jovens que festejaram o Carnaval na noite de segunda-feira as opções eram as mais diversas mas, a AEIPCA (Associação de Estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave) e a Nusom organizaram uma festa em parceria com as Escolas Secundárias de Barcelos, a Escola Secundária de Barcelinhos e a Sporjovem que se realizou nas instalações da cantina do IPCA e que foi um sucesso e sem chuva.

O ambiente estava agradável, a decoração era de festa e os foliões começaram a chegar perto da meia-noite.

Segundo Pedro Duarte, um dos organizadores, "isto surgiu numa tentativa de reunir todos os estudantes e não estudantes num espaço em que pudessem usufruir de um bom momento ‘até às tantas’ da manhã", e foi assim mesmo que aconteceu, a festa terminou cerca das 7h, já o sol estava de pé. Durante a noite a música foi um elemento chave de diversão com os djs Steven Rod, Andrego e Hugo Jardim, estilos diferentes e para todos os gostos.

E porque em qualquer festa de Carnaval que se preze tem que haver um desfile de máscaras com prémios à mistura, aqui não foi diferente e, das mais de 900 pessoas que escolheram o IPCA como local ideal para a noite de folia, cerca de 30 participaram. Os prémios eram apelativos, 2 viagens a Marina D’or e alguns prémios monetários, alguns estudantes tiveram mais atenção aos disfarces que elegeram para a noite de Carnaval outros nem se mascararam mas o importante foi beber e dançar até o sol raiar.

Patricia Freitas

Primária Gonçalo Pereira trocou acção por palestra na Biblioteca

Escola proibiu crianças de se mascararem no Carnaval

A direcção da escola primária Gonçalo Pereira não permitiu que suas crianças se mascarassem para o Carnaval, trocando a actividade por uma acção de sensibilização para os perigos da internet, que decorreu na Biblioteca Municipal, sexta-feira. A polémica decisão motivou o desagrado de alguns pais e encarregados de educação. Entre eles, Ricardo Miranda, que, embora tenha reconhecido a importância e o carácter pedagógico da palestra, entende que podia ter sido feita noutra altura do ano: "Não faz sentido algum. Sei que era a semana da internet nas escolas, mas podia passar-se a actividade para outro dia, até porque as crianças estão sempre à espera do Carnaval para se mascararem". Este encarregado de educação soube que o seu filho não ia poder vestir o disfarce carnavalesco "dois ou três dias antes e bastou olhar para a cara dele para ver que ficou muito triste".

Mas a indignação dos pais foi maior quando se aperceberam que os seus filhos tiveram de se deslocar à Biblioteca Municipal a pé, sendo obrigados a passar pelos colegas das outras escolas que se tinham mascarado e estavam a desfilar pela cidade: "Não é justo fazerem isto", lamentou Ricardo Miranda.

Contactado pelo Barcelos Popular, o director do agrupamento escolar não quis tecer grandes comentários sobre o caso, dizendo, apenas, que a actividade em questão consta do plano anual e foi aprovada pelo Conselho Pedagógico.

Pedro Granja

Mais de mil figurados em Pereira

Carnaval é à terça-feira

A freguesia de Pereira juntou milhares de pessoas para assistir ao desfile de Carnaval que se realiza há 13 anos consecutivos, o mesmo número de anos que tem a Associação Cultural e Desportiva de Pereira, ACULDEPE, organizadora do evento.

A chuva até pode ter inibido alguns populares de sair para a rua mas a assistência não desiludiu a organização, milhares de pessoas colocaram-se na berma da estrada para assistir ao desfile de 15 carros e mais de mil figurados.

"Não tivemos nenhuma desistência, os grupos que se inscreveram estão todos a desfilar", referiu Humberto Pereira, presidente da ACULDEPE, e neste desfile todos os grupos ganham só por participar: "todos recebem 100 euros por participarem e o primeiro prémio é de 500 euros".

Dos 15 carros a desfilar, apenas 14 estavam a concurso, o 15º carro era o da organização e encerrava o desfile, que começou na estrada nacional até à igreja onde César Ferreira, um comediante, esperava para apresentar a festa que contou com uma pequena actuação de Augusto Canário.

Humberto Pereira orgulha-se de dizer que o carnaval de Pereira é mais antigo do que o da cidade: "Queremos mantê-lo sempre à terça-feira, não temos apoios da Câmara Municipal, mas temos a ajuda das freguesias vizinhas e da própria freguesia e quero agradecer também às empresas locais e às pessoas pela sua envolvência neste que é um Carnaval tradicional português". A roupa é muitas vezes tirada do fundo do baú ou feita com desperdícios mas, para estes foliões, o mais importante é a diversão.

Patricia Freitas

Carapeços adiou Carnaval para terça-feira

Nem a chuva impediu os foliões

Ao contrário do que estava marcado, o desfile de Carnaval de Carapeços não se realizou no Domingo, mas sim na terça-feira.

O motivo foi o mau tempo que se fez sentir um pouco por todo o concelho e, mesmo com a chuva a cair no dia de Carnaval, a Junta de Carapeços cedeu à vontade das associações locais e o desfile realizou-se mesmo assim: "As associações tiveram muito trabalho a preparar os carros e as suas vestimentas e queriam, de qualquer maneira, desfilar: "Adiámos com esperança que o tempo nos desse tréguas, não deu mas, bem ou mal vamos desfilar para a freguesia", afirmou Hélder Tomé, presidente da Junta, momentos antes do início da parada.

O desfile saiu da Casa da Nazaré e rumou ao Centro Cívico de Carapeços, pela estrada nacional, com cinco carros alegóricos e dezenas de figurados que representavam algumas das associações desta freguesia, a Associação Cultural e Desportiva de Carapeços, o Grupo de Jovens, o grupo da catequese, o grupo de teatro e o Coral Magistrói de Carapeços, liderados por pelo menos metade da fanfarra da freguesia, apenas duas associações não participaram no desfile devido ao compromisso que assumiram com o desfile da Câmara.

No Centro Cívico esperavam alguns populares e, a apoiar a festa e o convívio que acontece todos os anos, estava o bar da comissão de festas de S. Tiago.

Patricia Freitas

População de Alvelos quis desfile a todo o custo

Carnaval debaixo de chuva

Quem se deslocou a Alvelos no passado domingo para assistir ao tradicional desfile de Carnaval deparou-se com uma organização desordenada, sem certezas acerca da sua realização.

Depois de mais de uma hora de indecisão, a Associação Mais Juventude de Alvelos decidiu que o Carnaval ia mesmo acontecer, nem que tivesse de ser debaixo de chuva.

"Tínhamos tudo preparado hoje de manhã, fizemos uma reunião e decidimos arriscar mas, depois da hora de almoço vimos que era impossível, chovia imenso e decidimos cancelar mas, a vontade das pessoas da freguesia foi maior e, como os carros alegóricos também já estavam praticamente prontos, fomos obrigados a realizar o desfile, devido à motivação da população fizemos este esforço para que tudo pudesse ocorrer hoje, um bocadinho mais tarde, mas hoje", afirmou Hugo Sousa, presidente da Associação Mais Juventude de Alvelos, e acrescentou ainda, "na segunda ou na terça ia ser muito complicado e no próximo fim-de-semana seria impossível porque já entramos na Quaresma".

Dez carros e dezenas de figurantes concentraram-se no lugar do Muro Alto e prepararam-se para desfilar até ao Largo da Igreja, local onde se realizaria o concerto de Tino de Rãs mas que, por causa da chuva, foi cancelado. No momento da partida a chuva voltou, desta vez mais violenta mas, com tudo pronto, já nada faria parar o desfile.

O mau tempo afectou a quantidade de público a que a freguesia de Alvelos está habituada: "Costumávamos ter cerca de 2 mil pessoas", referiu Hugo Sousa, mas mesmo com uma audiência reduzida, o Carnaval é uma tradição a manter.

Patricia Freitas

Cultura

Barcelos Popular
Texto
14 de Fev de 2013 0

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