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S. João em Barcelinhos, Barqueiros, Bastuço, Fragoso e Vila Boa

Santo homenageado

S. João homenageado em Barcelinhos, Barqueiros, Bastuço, Fragoso e Vila Boa. VEJA A FOTOREPORTAGEM DAS FESTAS NO FACEBOOK DO BARCELOS POPULAR.

BARCELINHOS

Associações unidas pela festa

Com o objectivo de manter uma tradição antiga e já bem enraizada na freguesia, Barcelinhos voltou a sair à rua para participar nas festividades de S. João. "Já foram grandes festas na freguesia", mas os dias de hoje aguçam a imaginação e obrigam a grandes jogos de cintura para que as tradições não caiam no esquecimento. "Por razões que nos são alheias, as festas pararam", mas o Rancho Folclórico de Barcelinhos, a Junta de freguesia e as colectividades como os Amigos da Montanha, os Escuteiros ou a Associação de Pais deram as mãos por um objectivo bem definido: "Dinamizar a parte de Barcelinhos junto ao rio", explicou ao Barcelos Popular Paulo Lopes, do rancho. Embora tenham unido esforços, Paulo Lopes afirmou que, por não se tratar de uma comissão de festas, as coisas não foram nada fáceis: "Tentámos fazer, não as festas de S. João, porque não podemos, não temos dinheiro, mas as noites de S. João. Juntámo-nos e fizemos uma coisa sem grandes gastos". As dificuldades económicas foram notórias, por exemplo, no domingo à noite, uma vez que, ao contrário do que anunciava o cartaz, as marchas populares não se realizaram. Embora estivessem previstas, a ideia foi toda pensada e organizada em muito pouco tempo. "Estávamos a tentar fazer, mas também como foi tudo em cima da hora, as coisas não se realizaram". Redefinidas as estratégias, a organização começou a procurar, em Barcelos, algumas associações acostumadas às marchas, mas o orçamento não dava. "Encontrámos, mas queriam muito dinheiro e não podemos". Mesmo assim, a população improvisou um desfile.

Lava-Pés inaugurado em homenagem aos peregrinos

Com os sem marchas, as festividades fizeram-se na mesma: estava previsto que a noite de domingo terminasse com a actuação da Banda Plástica e assim aconteceu. No mesmo dia foi, ainda, inaugurado o Lava-Pés, em homenagem aos peregrinos de Santiago, junto à Capela da Senhora da Ponte. Depois de desfilarem até ao espaço envolvente às sedes da Junta e do rancho, o grupo subiu ao palco e animou quem não quis perder a última noite de S. João. Já nos dois dias anteriores, a festa tinha também saído à rua, primeiro pelo anunciado Job:Noise, na sexta-feira, e o barcelense Jorge Lomba, no sábado. As noites foram também regadas de bom vinho e da sardinha assada que, por estes dias, é petisco certo de muita gente.

Mesmo sem marchas, Paulo Lopes foi peremptório em afirmar que, apesar de este não ter sido o S. João mais participado, o ano passado "foi mais fraquinho, mas poderá vir a ser melhor se trabalharmos noutros moldes", finalizou.

Olga Costa

 

FRAGOSO

Tudo para não perder a tradição

Já foi uma "grande festa", capaz de atrair centenas de pessoas, hoje as festividades de J. João em Fragoso já não vivem os tempos áureos de outros dias, mas, mesmo assim, um punhado de habitantes uniu-se para que a "tradição não fosse perdida", explicou Bernardina Carneiro. Daquilo que se recorda, o momento mais próximo e que faz lembrar as festas cheias de gente aconteceu há três anos, por altura da reinauguração da capela no cimo do monte, depois de ter sido restaurada. Por essa altura, realizaram-se também as últimas marchas populares. "Esse é que foi um ano bom, estava cheio de gente. Pareciam outros tempos", acrescentou. Este ano, a comissão fez esforços para que as marchas voltassem, ainda contactou as pessoas de há três anos, mas "já estavam comprometidos com outras coisas".

Durante os dois últimos anos, da comissão de festas fizeram parte apenas mulheres, mas "o ano passado já estavam um pouco cansadas e os jovens também não se querem muito meter nestas coisas", salientou Bernardina Carneiro para de seguida acrescentar que "os dias foram passando e só após a festa da Senhora do Livramento", que decorreu no final de Maio, é que o pároco falou com as pessoas que vieram a tomar conta da festa. Em pouco mais de um mês, os quatro membros da direcção do Centro Social e Paroquial de Fragoso, três mulheres e um homem, fizeram um peditório e organizaram as festividades. A população é que não aderiu em massa, poucos foram os que se deslocaram à capela do sábado. O cartaz poderia não ser o mais chamativo, mas os acessos à capela também não ajudaram em nada. O caminho estreito, em terra batida, ou as dificuldades eléctricas no monte foram factores bastante desmotivadores.

S. João partilha a capela com mais quatro santos

Apesar de agora mais pequena, a festa tem-se assinalado todos os anos com arraial e actos religiosos. Sem tempo para "organizar nada mais atractivo", no sábado, a festa fez-se com um grupo de cantares populares de Barroselas e um outro no domingo à tarde, que subiu ao palco depois da procissão e do sermão. S. João divide a capela com mais quatro santos, por isso, a procissão, que se iniciou na igreja paroquial, foi composta por andores não só do santo popular, mas também de S. Vicente, Senhora da Cabeça, Santa Isabel e S. Bento. Os actos religiosos terminaram num cruzeiro a poucos metros da capela.

Para que não haja o risco de o arraial acabar, o pároco irá nomear já uma comissão para o próximo ano, por isso, Bernardina acredita que a festa será para continuar. "Vim cá o ano passado e fiquei triste porque já foi fraquinha, espero que melhore", finalizou.

A par do arraial, a comissão organizou também uma barraquinha com comes e bebes. O dinheiro conseguido irá servir para o melhoramento do centro social.

Olga Costa

 

BARQUEIROS

Victor Rodrigues garantiu animação

A freguesia de Barqueiros festejou o S. João ao longo de três dias. As festividades começaram na sexta-feira e prolongaram-se até domingo, tendo contado com muita animação musical e, como não podia deixar de ser, não faltaram as celebrações religiosas em honra de S. João Baptista.

Populares aderiram

S. João está integrado nas festas dos santos populares, também conhecidas por festas juninas que se trata de celebrações católicas realizadas em diversos países. As festas dos santos populares, em Portugal, marcam o início das festas de verão.

Em Barqueiros, Victor Rodrigues foi o artista escolhido para animar a noite de sábado e o sucesso foi grande junto da população, que, desde o início do espectáculo, não deixou os seus créditos por mãos alheias, tendo dançado ao som da música referente "às utilidades do dedo". "Ponha a mão na cabecinha, agora na cinturinha…" foi o tema que seguiu e conseguiu colocar muitos populares a fazer a coreografia, contagiando miúdos e graúdos. "A dança do bumbum" colocou toda a gente a dançar e "com um passinho para a frente, um passinho para trás" continuou a animação popular. A actuação de Vitor Rodrigues atraiu inúmeros populares a Barqueiros que escolheram uma noite não muito quente, mas que acabaria por aquecer ao som de temas bastante ritmados e mexidos.

Festa pequena mas dá trabalho como uma grande

Manuel Jesus, elemento da Confraria de S. João, garantiu ao BP que "a festa é pequenina, mas dá tanto trabalho como uma grande. Organizamos a festa durante três anos e depois teremos novos elementos". Assegurou ainda que " a angariação de fundos para a festa é feita através de peditórios por toda a freguesia". As festividades em honra de S. João estiveram suspensas durante algum tempo, mas Manuel Jesus afiançou que a tradição é para continuar e "a festa está a crescer".

Sónia Mendes

 

VILA BOA

Festa por um cruzeiro

A freguesia de Vila Boa sempre honrou o seu padroeiro com uma festa merecida, com sardinhas na broa, vinho e música, no entanto, este ano, as festividades foram ligeiramente diferentes.

Resumida a um dia, domingo, a celebração teve como ponto alto a inauguração de um cruzeiro e das obras urbanísticas realizadas no Largo da Capela da Senhora da Abadia.

Sardinhas e bifanas: uma receita de sucesso

A Banda do Galo deu por terminada a cerimónia de inaugurações, depois dos palhaços lançarem confettis e seguiu-se o tão esperado momento: bifanas e cerveja grátis para todos enquanto se aguardava pela actuação do grupo musical Santa Cruz da Póvoa de Varzim.

As sardinhas saberiam melhor num dia como esse, mas as bifanas fizeram com as coisas fossem simplificadas. Para alguns vilaboenses, é de dar graças ao cruzeiro que foi o único motivo para que S. João fosse lembrado.

Há um ano, este cenário não seria provável, até porque já haveria uma comissão nomeada para a organização dos festejos mas por motivos que o presidente da Junta, Manuel Simões, não quis adiantar a comissão desistiu e, com o apoio do padre Albino, lá se fez o que foi possível.

Obras sem utilidade por causa da fusão de freguesias

Para este autarca, o mandato termina em Setembro. Com a fusão de freguesias, Vila Boa juntar-se-á a Barcelos e a Vila Frescaínha e, algumas obras recentes como a nova sede de Junta perderão a sua primeira utilidade mas o povo espera que não aconteça como foi o caso do Centro Social que, neste momento, apenas serve para a catequese que se realiza ao sábado.

Seria de esperar que pelo menos a tradição de honrar S. João se mantivesse. Este ano esteve por um fio e não glorificou o santo, esperamos que no próximo ano as coisas possam ser diferentes e a festa volte a valer a pena.

Patrícia Freitas

 

BASTUÇO

Festa em menos de 8 dias

Pela primeira vez em mais de 30 anos, a freguesia de Bastuço não teve uma comissão de festas para organizar a festa em honra do seu padroeiro, S. João Baptista.

O presidente da Junta, António Castro, não conseguiu perceber se é face à situação do país mas, "o povo não está muito motivado para trabalhar", afirmou.

Os lugares encarregados de reunir os festeiros eram o da Igreja e o de Real, mas "as pessoas não se uniram e alguém teve que tomar uma posição", referiu António Castro.

A Comissão Fabriqueira tomou as rédeas dos festejos e, mesmo com membros em França a trabalhar, foram os familiares que, em menos de 8 dias e com a ajuda da Junta, fizeram a festa.

"O peditório realizado não rendeu muito, a Junta teve mesmo que ajudar", confessou António Castro, e acrescentou, "compraámos 500 sardinhas e broa para oferecer às pessoas e vamos ajudar em tudo o que seja preciso".

Apesar de ser uma festa modesta, a procissão contou com oito andores: "No início da semana era para sair um, dois dias depois saíam quatro, e no dia saíram oito, todos oferecidos por particulares. O povo mobilizou-se, uma hora antes da procissão não havia pegadores para os andores, na hora sobraram", referiu o presidente.

O Grupo dos Amigos Leais, um conjunto de concertinas, animou a tarde de domingo. Por ter um elemento da freguesia foi mais fácil arranjar a música que animou a festa, em tão pouco tempo. O intervalo trouxe a tradicional sardinhada de S. João e a festa terminou com a continuação das concertinas.

No final, António Castro viu este dia como uma grande vitória. "Toda a gente pensava que não ia haver festa e, apesar de tudo, a freguesia acabou por se unir", desabafou.

Laurinda Araújo ficou contente por o presidente ter metido mãos à obra mas não escondeu a tristeza de quem ajudou na concretização da festa e sabe que a realidade é que nem toda a população de Bastuço S. João está interessada em manter a tradição. "Felizmente há pessoas que estão interessadas em que a freguesia vá para a frente", afirmou.

A festa realizou-se, mas não sem antes o padre benzer um cruzeiro lá na terra, "ainda não tínhamos nenhum cruzeiro", lembrou António Castro.

A encomenda foi feita na quarta-feira e na sexta o cruzeiro já estava colocado na freguesia. Apesar de uma festa pequena, o presidente da Junta promete que na inauguração do cemitério haverá uma festa digna do padroeiro da terra.

Patrícia Freitas

Cultura

Barcelos Popular
Texto
28 de Jun de 2013 0

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