Organizado pelas mãos da Associação Cultural e Recreativa de Roriz e com a colaboração de pessoas “fixes”, este evento é único, alternativo, espontâneo e embala numa verdadeira festa de verão. É um festival de música independente, sem grades à frente do palco e com um sentido comunitário. Tem como objectivo “a divulgação de bons trabalhos que se fazem no panorama musical nacional e local”, evidenciou Leonel Miranda, da organização. Por isso, o cartaz foi feito à medida. Na quinta-feira, abriu o certame Paul Oak. Lançou recentemente o seu primeiro disco “Out Of His Head”, com seis músicas, de acordes simples mas cheios de emoção. Na sexta-feira choveu à noite, mas tudo bem, o mais importante foi o rock. Ninguém arredou pé para aplaudir e sentir os sons das bandas como Fugly, Tyroliro ou The Mirandas. No derradeiro dia, The Black Wizards, Wakadelics, Daniel Catarino e Demure fizeram deste festival como se fosse o primeiro e o último. O Barcelos Popular bateu o pé no concerto de Daniel Catarino. Veio apresentar o seu mais recente disco “Megafauna”. Canções rock naturais, interpretadas em formato power trio. Toques de guitarra rijos e letras ora duras, ora carinhosas, abordando os paradoxos da humanidade. Recorde-se que os concertos são de entrada livre e os fundos são angariados, na maioria, através de venda de rifas, de peditórios pelos amigos e de apoios institucionais e de empresas. “Nas festas de Santo António também não se pagam”, argumentou Leonel Miranda, dando importância ao ambiente caseiro e ao convívio entre amigos. Como é feito no meio da rua e muito informal, a organização não consegue contabilizar ao certo os forasteiros que por ali passaram nos três dias. Todavia, sabe que cabem naquele recinto “umas 300 pessoas” e todos os dias esteve cheio. Assim, mais uma edição com balanço positivo. “Correu muito bem e as nossas expectativas foram superadas”, avaliou Miranda. Ainda a três anos de chegar ao 20º aniversário, a Associação Cultural e Recreativa de Roriz, já está a fazer planos para a sua comemoração. “O nosso objectivo é fazer um documentário nessa altura e recordar os anos do nosso Souto Rock”, frisou Leonel Miranda em jeito de remate.