A luta continua
Embora tenhamos assistido a avanços significativos...
Há cerca de dois ou três meses, nas páginas deste jornal, escrevi um artigo intitulado “Inferno ciclista”, sobre as obras de instalação da ciclovia na nossa cidade, e sobre o erro que foi o actual executivo municipal não ter suspendido a sua construção, antes do seu início.
Veio agora o executivo, depois de mais de um ano de clamor generalizado contra esta obra, suspender o que falta da sua construção. Mais vale tarde do que nunca, mas falta saber a que preço...
Porém, como facilmente se verifica, o mal está feito e, parece-me, será impossível voltarmos à situação anterior que, não sendo perfeita, permitia uma circulação automóvel muito mais fluida e menos incomodativa para os cidadãos que, todos os dias, circulam na nossa cidade.
Antes de mais, não se entende como é possível suspender as obras sem se concluírem os trabalhos existentes. Vemos o que se passa, a título de exemplo, no Jardim Velho ou na Rua de Olivença, em que foram iniciados os trabalhos, com perfurações no piso e remoção do paralelo ou do alcatrão, e agora só se vêm os buracos. Há vários meses, diga-se de passagem...
Mas sendo estes problemas graves e incomodativos, são de fácil resolução, assim queira o executivo municipal.
O que não me parece solucionável, é a supressão da circulação rodoviária na Rua Teotónio da Fonseca (que dá acesso ao Jardim Velho) e a eliminação do cruzamento do início da Avenida S. José com a Rua do Benfeito, para quem vem da “rotunda da bolacha”.
Como parece evidente, a esmagadora maioria do trânsito rodoviário de cesso ao centro da cidade, vai ser canalizada, para Av. D. Nuno Álvares Pereira (das Finanças), obrigando os condutores a subirem pela via que liga o “Continente” ao “McDonald’s”, que mais parece uma pista preta de ski...
Ou seja, a via estruturante de acesso à cidade é uma estrada em que grande parte dos condutores, incluindo os dos TUBA, espera, no início da rampa, que o condutor que vai à sua frente acabe de subir, tal é a inclinação existente.
Tudo isto para dizer que não parece existir um verdadeiro plano de mobilidade para a cidade, pelo menos um que facilite a circulação ao invés de atrapalhar.
Já não seria mau se fossem terminadas as obras da ciclovia que ainda estão por acabar.
Mas já poucos duvidam que o “inferno ciclista” está a dar lugar a um “inferno rodoviário”.
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