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“O professor de Matemática deve ser compreensivo, bom explicador e calmo”

Tiago João Silva

O aluno da EB 2,3 Gonçalo Nunes é um ás em Konane. Eliminou 50 adversários para chegar ao título de Campeão Nacional de Jogos Matemáticos.

Tiago João Sousa Silva, de Carapeços, conquistou, há duas semanas, o primeiro lugar no torneio de Konane no Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, ao eliminar ao todo 50 adversários. Aos 12 anos, o aluno do 6º B da EB 2,3 Gonçalo Nunes é já um às no jogo de estratégia que combina as regras de damas e froglet.
A iniciativa – promovida em conjunto pela Associação Ludus, Associação de Professores de Matemática, Sociedade Portuguesa de Matemática e Departamento de Matemática da Universidade da Beira Interior – reuniu na Covilhã cerca de 1500 alunos, oriundos de 277 escolas de todo o país.

Como surgiu a oportunidade?
Foi através da minha professora de matemática, Cristina Vale, que organizou, juntamente com os professores da disciplina, um campeonato do género, para selecionar quem é que ia à Covilhã. A iniciativa envolveu os alunos de todas as turmas, eu qualifiquei-me no Konane, outros colegas também foram, mas para outros jogos.

Estiveste entre 200 participantes, foi muito difícil chegar à final e vencer?
Não foi muito fácil, tive que eliminar 50 adversários, mas o público ajudou. Nunca tinha participado numa iniciativa do género, foi uma experiência nova para mim, gostei bastante do ambiente. Gostava de continuar a participar, não só pelos prémios, também pelo convívio.

Ias confiante na vitória?
Sim, mas quando cheguei lá e vi tantos alunos fiquei um pouco intimidado, depois, à medida que fui ganhando cada partida, fui criando expectativas. No último jogo, apercebi-me logo que era campeão em Konane, porque eu era o único que só tinha vitórias.

Em que consiste o Konane?
É um jogo um pouco parecido com o xadrez, em que temos que travar o adversário, até que ele não tenha mais jogadas possíveis. Perde quem não puder jogar mais, por não ter mais lances possíveis.

Que qualidades um bom jogador deve ter?
Concentração e raciocínio.

Treinaste muito?
Sim, mesmo muito. Antes do campeonato, treinava a minha táctica quase todos os dias, em casa ou com a turma, que me incentivava a ganhar.

Imagino que a matemática, para ti, não seja a vilã das disciplinas...
Não... Gosto muito de matemática, mas também sou bom aluno em todas as outras disciplinas. Tenho boas notas a tudo, mas a matemática é a minha preferida.

A matemática é divertida?
Sim, para mim é. A matemática é importante e faz falta na nossa vida, para a profissão que escolhermos no futuro e também no nosso dia-a-dia. Com a matemática desenvolvemos a nossa inteligência.

Por que achas que a matemática é um “bicho de sete cabeças” para a maioria dos alunos?
Isso acontece porque os alunos não se interessam pela disciplina e acho que já têm uma ideia formulada de que a matéria é difícil e que não vale a pena dedicarem-se. A matemática exige muito estudo, mas a maioria fica-se pelo que consegue, não estuda para conseguir mais.

Tens temas predilectos?
Fracções, divisões e problemas.

Este tipo de eventos incentiva o estudo?
Sim e até acho que é uma forma de acabar com a ideia de que a matemática é difícil e que até pode ser divertida.

Há um professor de matemática ideal? Que características tem que ter para cativar os alunos?
Em primeiro lugar, deve ser compreensivo, sobretudo para com os alunos que apresentam mais dificuldades na disciplina. Deve ser também um bom explicador e calmo, para que os alunos acompanhem facilmente a matéria.

O teu futuro profissional passa pelos números?
Não sei... Para já penso ser médico.

Entrevista

Barcelos Popular
Texto
26 de Mar de 2009 0

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