“Isto da continuidade é uma brincadeira. Chega até a ser falta de ética”
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António Ribeiro fala do seu programa para Barcelos
António Ribeiro há muito que faz a sua lide política na Assembleia Municipal. Desta vez, o partido decidiu que haveria de ser o seu rosto na corrida à Câmara de Barcelos. Não é muito critico com Reis e à gestão social-democrata. Nos pontos essenciais faz as mesmas criticas de quase todos. Sobre a concessão das redes de água e saneamento a um consórcio privado, diz que não o faria. À intervenção da Frente Ribeirinha chama-lhe uma “obrinha”, porque a cidade e o Cávado têm condições e mereciam mais e melhor.
O CDS/PP já esteve na Câmara. Chegou a ter dois vereadores. Depois perdeu expressão eleitoral e hoje ninguém o representa no executivo municipal. Acha que pode recuperar a história do partido com a sua candidatura?
Há muita gente que não vota CDS, mas que continua a defender os valores do partido. Muita gente foi atrás do poder e agora vota PSD. Outros entenderam que a única forma de acabar com o poder social-democrata seria votar no PS.
A nossa candidatura tem precisamente esse objectivo: recuperar essas pessoas.
Se tivesse sido presidente da Câmara nos últimos 20 anos, o que não teria feito em Barcelos?
Não teria feito o negócio de água. Se for presidente vou negociá-lo de forma a que os preços desçam, porque são exagerados. Teria outra posição nas questões urbanísticas. Hoje deixa-se construir por tudo o que é sítio. O arranjo do centro histórico não seria o mesmo. Não teríamos deixado chegar o rio ao ponto a que chegou. Não teríamos ficado a aguardar serenamente que a crise se tivesse instalado no concelho.
E o que teria feito que Reis não fez?
Teria feito muitas destas coisas ao contrário. Que a cidade aproveitasse melhor os seus rios (Cávado e Neiva) em termos de turismo, como espaços de lazer. No planeamento urbanístico, muita coisa foi mal planeada, e foi clara a dependência da câmara em relação à indústria da construção civil. Em termos culturais, Barcelos foi ficando para trás.
Barcelos tem 89 freguesias. Há quem diga que isso é um problemas para o orçamento municipal. Se for presidente, e se estivesse ao seu alcance, diminuía o número de freguesias?
Já levantámos essa questão na Assembleia Municipal. Penso que toda a gente reconhece que são freguesias a mais, mas é muito difícil de acabar com elas porque têm a sua identidade. O que dizemos é que as freguesias devem trabalhar em parceria para criarem melhores condições em cada uma, como as questões sociais, equipamentos, etc.
O CDS/PP não tem sido um partido muito crítico da gestão do social-democrata. Porquê?
Penso que não. O que não usamos é a mesma forma para criticar o PSD como os outros o fazem. E não temos o mesmo acesso à comunicação social. Mas quem assiste às assembleias municipais tem visto que somos bastante críticos do poder.
Obviamente que há coisas que concordamos e isso faz com que estejamos mais próximos do PSD do que de qualquer outro partido.
Faziam uma coligação com o PSD?
Depende do que for negociado. Há valores nossos que não prescindimos, mas penso que, em alguns locais, seria possível. Tem que se ver o que se coloca sobre a mesa. Mesmo a nível concelhio: tudo dependeria do que estava a ser negociado.
É a favor da instalação de grandes superfícies em Barcelos?
Mais cedo ou mais tarde não vamos conseguir resistir à instalação de grandes superfícies. O ideal seria que os barcelenses se unissem e conseguissem fazer uma com capitais próprios. Não conseguiremos fugir a isso. Depois a maior parte das pessoas está a favor disso.
Uma coisa somos contra: que estejam abertas aos domingos, porque prejudica e explora os trabalhadores e porque o domingo é um dia para a família não para ir ao supermercado.
Que pensa da obra que a Câmara está a fazer na frente ribeirinha?
É uma obrinha. Só espero que não se torne num espaço que venha a substituir outros que são usados com outros fins, ou para nada. Penso que Barcelos merecia muito mais do que aquilo. Isto é deitar areia para os olhos dos barcelenses. O rio é grande, tem muitas potencialidades para ter uma excelente marginal.
António Ribeiro sempre esteve ligado ao ensino especial. Conhece o que a autarquia tem feito pelo parque escolar do concelho e garante que ainda há muito por fazer. Quanto às empresas municipais assegura que é uma forma de criar lugares para oferecer a muita gente.
O que acha do parque escolar do concelho. A Câmara tem feito tudo para o melhorar, no que diz respeito à sua obrigação?
Nessa matéria ainda há muita coisa a fazer. Há muitas obras a realizar, principalmente nas escolas do 1º ciclo e numa coisa que hoje é determinante que é a remoção das barreiras arquitectónicas. Vamos ver nestas eleições, certamente que haverá muita gente que não poderá votar por causa das barreiras arquitectónicas. Se for votar, fá-lo-á em condições muito más.
As nossas escolas são antigas e não têm condições que hoje se exige.
Concorda com a forma como estão a ser geridas as Actividades Extracurriculares pela Empresa Municipal da Educação?
Somos contra as empresas municipais. É, para já, uma coisa que nos separa. É uma forma de criar lugares para oferecer a muita gente em termos políticos, e achamos que isso não deve ser assim.
Quanto às actividades extracurriculares, penso que têm sido enriquecedoras para os alunos.
O ensino especial e o apoio na integração de jovens com deficiência no mercado de trabalho é uma tarefa importante. Está tudo bem em Barcelos?
Não está tudo bem, mas apesar da crise instalada ainda é possível encontrar empresários que empregam mais de 50 por cento dos jovens portadores de deficiência. É um trabalho difícil mas que tem sido feito muito mais pelas associações particulares do que pelo órgãos do poder.
António Ribeiro, para além da sua profissão, também gosta de desporto e dos bombeiros. Se fosse presidente da Câmara tinha concluído o Complexo Desportivo do Faial e apoiava mais o desporto amador, criando mais infra-estruturas nas freguesias.
Como se explica que o caso Mateus, três anos depois, ainda esteja por julgar?
A justiça desportiva é um mundo à parte da nossa sociedade. A justiça que os portugueses é o que sabemos: demorada. Penso que se o Gil Vicente fosse um clube com outra dimensão, de outro local, tudo seria diferente, mas este país é assim.
A autarquia poderia ter ajudado mais o Gil Vicente neste caso?
Com certeza que até ajudou, de outras formas. Não sei.
Que pode a Câmara fazer no apoio aos clubes no trabalho com os jovens?
É necessário apoiar muito mais os clubes que trabalham com os jovens. Construir mais infra-estruturas para que possam praticar desporto. Não sei se estas parcerias publico-privadas que a Câmara fez, vão permitir que os jovens pratiquem mais desporto. Não sei. O que me parece é que se pensa pouco nos jovens e nas condições que lhes permitiria terem mais acesso ao desporto.
Se for presidente de Câmara que infra-estruturas desportivas apoiava para serem construídas no concelho?
Sei que, por exemplo, era necessário terminar o parque desportivo municipal, porque se fez o Estádio Cidade de Barcelos , que é aproveitado apenas por um clube, e ficou por fazer o resto. Ficaram por construir campos de treinos, pista de atletismo, pavilhão e outros espaços. Era fundamental mudar o pavilhão municipal para o Faial. Fazer uma obra que servisse muito mais gente do que pouco mais do que um clube.
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