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Assumir responsabilidades…

Artigo de opinião de Domingos Pereira, vereador da Câmara M. Barcelos

Já por várias vezes escrevi que numa sociedade democrática, a crítica e o escrutínio são atos indispensáveis para que quem decide,decida na defesa do interesse geral. Mas a crítica deve assumir por quem a produz, um sentido de responsabilidade, e com maior exigência se se tratar de serviços públicos e políticos.

Ora, nem sempre assim acontece. Se estamos a exercer cargos, ou próximos de quem os exerce, somos sempre levados a dizer mal de quem nos antecedeuou sucedeu. E é dentro desta dialética que, cada um dos atores críticos, tentam fazer chegar a sua voz, na expectativa dos dividendos quepossam beneficiar.

Na política local há dirigentes políticos, vencedores ou vencidos (e de acordo com as suas expectativas), quetêmtecido críticas cerradas ao atual presidente da Câmara, sobre nada ter feito neste curtíssimo espaço de tempo de mandato.Apenas um ano!

E o que está a dar mesmo para criticar é a execução das ciclovias; falta de execução das ecovias e falta de execução da reformulação da Av. Combatentes da Grande Guerra, entre outros projetos. Ah… ainda as festas e festarolas! 

Já disse por diversas vezes que a construção das ciclovias resulta de um contrato assinado em 2015,entre a autoridade de gestão do Portugal 2020 e o executivo anterior, do qual eu fazia parte com demais elementos a ele ligado, mas atiram a responsabilidade para outros… O anterior executivo decidiu politicamente (bem ou mal), pela construção das ciclovias; elaborou projeto; lançou concurso público e demais procedimentos para a sua construção. O atual executivo adjudicou-o, no início de 2022.

Do mesmo modo, o executivo anterior, lançou um concurso público internacional para a gestão dos transportes públicos de passageiros por três anos, e fez constar, no caderno de encargos, a disponibilização de 500 bicicletas para complemento aos transportes rodoviários. A decisão política de incluir no concurso público 500 bicicletas, não foi por acaso:foi, tal vez, porque o transporte ciclável era um compromisso,e seria um complemento à construção das ciclovias. Nessa altura, onde estavam os críticos que, ao fazerem parte do executivo, à data, nada fizeram nem criticaram, com o agravante em onerarem o custo do quilómetro a pagar pelo município.

Mas como já o disse em artigos anteriores, o problema não é das ciclovias. É da falta de planeamento da gestão dos parques de estacionamento. O executivo do PSD tinha aprovado, em 2008, um concurso público para a construção de um Parque de estacionamento subterrâneo, desde a estátua do bombeiro até ao restaurante Bagoeira; o PS, em 2009, com toda a legitimidade política revogou a deliberação, e o concurso foi anulado. Eu fazia parte desse executivo com muitos dos atuais críticos, e votei a favor da revogação. Hoje, olhando para trás, reconheço que a solução não tenha sido a mais adequada, embora se tivesse de fazer alguns reajustamentos. Afinal, quem errou?

E já agora, também o PS, do qual fazia parte, anulou o projeto de reconstrução do Mercado Municipal incluindo a construção de um parque de estacionamento subterrâneo desde o campo de S. José com ligação ao Mercado. No entanto, tendo em conta que o valor dos dois equipamentos no âmbito da PPP era um valor exorbitantepara as finanças Municipais,no projeto candidatado ao PEDU, o parque deveria ter sido acautelado.

No tocante ao projeto do arranjo urbanístico da Av. Combatentes da Grande Guerra, inscrito no PEDU assinado em 2015, foi retirado pelo anterior executivo e encomendado um estudo prévio ao Arquiteto João Faria para posterior decisão. Foi com base neste critério que o atual executivo contratou ao Arquiteto João Faria a elaboração do projeto que, ainda recentemente, o apresentou a todo o executivo Municipal, incluindo os vereadores do PS, e não manifestaram reservas sobre tal efeito. Então como é… não há coordenação no PS?

Mas há uma coisa que ninguém pergunta, e que pode colocar a gestão Municipal comprometida irremediavelmente! É saber se a sentença executória pendente no TAF de Braga por incumprimento do acordo celebrado entre a AdB e o Município, vai produzir efeitos.A falta do cumprimento do acordo implica a penhora imediata de mais de 100 milhões de euros! E alguém tem dúvida quanto à responsabilidade de tal situação? Foi o que este executivo encontrou quando tomou posse há cerca de um ano!

Opinião

Domingos Pereira
26 de Jan de 2023 0

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