Encerraram mais 25 têxteis desde Janeiro

Microempresas são as principais atingidas

Continuam a encerrar pequenas empresas do sector têxtil no concelho de Barcelos. Desde o mês de Janeiro que 25 empresas deixaram de laborar, segundo o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes (SMTM).

A maioria deixou trabalhadores sem salários e direitos, facto que obrigou o sindicato a participar em diversos processos de insolvência para tentar reclamar os créditos dos trabalhadores.

No último dia de Março encerrou, em Tamel S. Veríssimo, a Cachadatex, uma empresa com 15 trabalhadores, que tem processo de insolvência colocado pelos trabalhadores, mas que não ficou a dever qualquer ordenado aos operários. Situação diferente ocorreu em Perelhal, com a Perconfex, com cerca de 20 trabalhadores, que deixou de laborar em Setembro, mas que só agora o sindicato deu entrada com pedido de insolvência porque os trabalhadores esperaram até então para receber os dois meses de salário que tinham em atraso.

A falta de encomendas é uma das razões que sustentam o encerramento das empresas, mas a situação é cada vez mais grave. O que está também a ocorrer com frequência é o encerramento do que tradicionalmente se denomina por confeccionadores: microempresas, muitas das vezes, com mão-de-obra que se circunscreve à família e meia dúzia de operários. As fábricas de maior dimensão deixaram de dar trabalho aos confeccionadores e essas microempresas estão a desaparecer.

“As empresas fecham por várias razões: umas porque não têm encomendas, outras não sabemos muito bem porque razão”, disse ao Barcelos Popular Manuel Sousa, dirigente do SMTM, para quem a situação pode agravar-se a todo o momento, porque, segundo afirma, “há várias empresas que têm os trabalhadores em casa, sem salários e sem ter pago o subsídio de Natal. Algumas já esgotaram as férias e os operários não sabem o que vai acontecer. O futuro destas empresas é muito incerto”.