Duas construtoras fecham por mês

Sindicato alerta

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e das Madeiras do Distrito de Braga estima que, desde finais de 2008, estão a fechar mensalmente “duas a três” firmas do sector em Barcelos,

Tratam-se “especialmente” micro e pequenas empresas em zonas rurais, nos limites com Vila Verde, Viana do Castelo, Braga e Famalicão. O líder sindical José Maria Ferreira referiu ao BP que as companhias, outrora subcontratadas, perderam o volume de trabalho devido à crise, à redução da construção (nomeadamente nas obras públicas) e do poder de compra.

“Cremos que no distrito há, por mês, cerca de vinte fábricas de pequenos empreiteiros do ramo da construção civil, mármores, pedreiras, madeiras e serrações que estão a encerrar desde Novembro. Entre Esposende e Braga rondar-se-á as cinco que fecham por mês, por isso em Barcelos devem ser duas a três”, admitiu o responsável. “Basta acompanhar as publicações dos pedidos de insolvência no tribunal, têm vindo a aumentar. É uma razia de Monção a Chaves, o patronato aproveita-se de se falar da crise para se livrar de credores e operários”, frisou.

O facto de 2009 ser um ano eleitoral “pouco muda”: “As obras públicas e autárquicas são mais no papel, a não ser que falemos de grandes empresas e obras no litoral”. O sindicato contabilizou que de 2006 a 2008 faliram 49 firmas de construção civil no distrito, acumulando 86 milhões de euros de dívidas, sendo 63 milhões dos bancos e fornecedores e 23 milhões dos funcionários (foram mil despedidos), fisco e Segurança Social.

José Maria Ferreira atacou ainda a permissibilidade da tutela e a sua burocracia para pagar subsídios e prestações sociais, desde o Centro de Emprego à Segurança Social. Por outro lado, o facilitismo das instituições de crédito, a fraca formação cultural empresarial, o comodismo dos juízes e os altos salários de administradores e seus familiares trazem “efeitos penalizadores e preocupantes” para o trabalhador.

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